Há um grupo organizado nas redes sociais, criado na
última eleição estadual e que se manteve após a derrota do seu candidato em
2014, o hoje ministro do turismo Henrique Alves.
O modus operandi do
grupo, que é composto por jornalistas, assessores políticos e profissionais
liberais, chama atenção pela sincronia com que suas opiniões são espalhadas no
facebook, twitter e instagram. As ações planejadas contemplam a falta de
moderação nos comentários e a tentativa de distorcer notícias ao ponto, em
alguns casos, de forçar o bastão até quebrar. Ofensas pessoais e fofocas
rasteiras e provincianas sobre relacionamentos conjugais também adubam o
terreno desse jeito de fazer a política miúda.
Nesses últimos meses, uma verdadeira pauta bomba foi
fomentada:
01) A não-convocação dos 824 dos policiais foi posta na conta do governo, ainda que o
impedimento tenha sido pedido pelo Ministério Público em consonância com a
justiça, a partir da análise eminentemente jurídica. Ainda que o executivo
tenha sinalizado com a convocação e não tenha nada a ver com a atuação de dois
poderes autônomos, o MP e o TJ, essa oposição tentou colocar o desdobramento
desse acontecimento na conta do governo;
02) O pedido da secretária de segurança, Kalina Leite, para
que os demais poderes devolvessem os policiais cedidos para que eles voltassem às ruas foi enxergado
como algo ruim;
03) Ainda que o governador Robinson Faria já tenha dito que
tentará conceder incrementos salariais aos servidores da Uern, mas que não
tomará tal medida agora, sob pena de ser alcançado pela Lei de Responsabilidade
Fiscal; o grupo procura subterfúgios sofísticos para relacionar a greve ao
governo que assumiu a máquina em Estado de descalabro há poucos meses;
04) Não raro, a oposição não economiza na expressão do
sonho, que deseja ver como realidade, da consagração de uma greve geral;
05) O corte de gratificações de funcionários públicos,
desencadeado pela mudança constitucional perpetrada pelo deputado estadual
Kelps Lima e aprovado pela assembleia, além do firme trabalho do ministério
público do tribunal de contas do estado, foram alastrados como falha
governamental;
06) O grupo, além disso, esteve em peso na passeata em que
“Natal pedia paz”. O que é interessante. Só é questionável a forma com que eles
atacam a melhoria estatística no âmbito da segurança pública, que hoje é
auditada, pela primeira vez na história do RN, por representantes da UFRN,
UFERSA, UERN, OAB-RN, PM, MP. A situação ainda pede bastante empenho. Porém, é
inegável que a polícia militar nunca prendeu tanto, fez tantas operações e casos
foram rapidamente desvendados. Nunca as forças policiais estiveram tão
presentes no dia-a-dia da população. Mas na pauta bomba a PM não trabalha e a
UFRN, UFERSA, UERN, OAB-RN, PM e MP estão afiançando estatísticas fajutas.
ATAQUE AO MERCADO
PUBLICITÁRIO POTIGUAR
A metralhadora giratória de seus líderes oposicionistas acaba
atirando em quem não tem nada a ver com a disputa. Hoje (23) pela manhã o grupo
instigou membros do judiciário a impedir o legítimo uso da verba da publicidade
para propagandear ações do governo, além de fomentar campanhas educativas como
um relevante meio de mudança cultural positiva no trânsito, na relação entre
pais e filhos, etc.
Vale lembrar que o governo Robinson Faria pegou quando entrou
25 milhões de reais de verba licitada para comunicação. Desses 25 diminuiu para
17 e, em seguida, contingenciou mais 30%. Estamos falando em apenas menos de 14
milhões de reais para uma pasta importantíssima num orçamento projetado para
2015 de 12,3 brilhões de reais. Ou seja, a verba de publicidade toma 0,12% do
orçamento.
E vale enfatizar: a comunicação é uma ferramenta importante
das sociedades democráticas. O governo precisa prestar contas das suas
ações. E não nos esqueçamos que movimenta um importante mercado, gerando
empregos nas áreas de criação, publicidade, serviços gráficos, informática,
etc.
Numa situação limite, acabar com a comunicação do governo
implicaria em produzir um governo apartado dos cidadãos – portanto, ditatorial
– e desempregar, sem nenhum exagero, milhares de pessoas.
O irônico disso tudo é que a ideia foi levantada por um
membro de um grupo familiar que, durante décadas, controlou e lucrou, através
de sua agência, a conta governamental da publicidade.
A oposição é fundamental até para o governo melhorar e
superar erros. Porém, nesse caso, só faz mal ao Rio Grande do Norte. E
desconfio que sequer ajuda aos seus próprios líderes políticos. Parcimônia
seria uma boa pedida.
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