Estourou de vez a crise dos transportes alternativos
intermunicipais com a Prefeitura de Mossoró. Rodovias e avenidas
importantes interditadas, como a RN-117, que liga a cidade aos municípios do
Médio e Alto Oeste, e a Avenida Presidente Dutra, principal via de acesso ao
GrandeAlto de São Manoel.
Cada um com a sua razão, no meio, a intolerância. A questão é delicada, porque
envolve o interesse coletivo, sem, contudo, as partes envolvidas levar essa
importância em consideração.
Primeiro deve ser dito que a
gestão municipal está correta quando decide resolver o problema no transporte
de massa. Problema esse, que se diga, vem se arrastando há décadas, sem que os
governantes passados tenham tido a coragem de colocar o dedo na ferida.
O transporte urbano estava
completamente superado, longe das necessidades do usuário. Daí, surgiu a
empresa Ocimar Transportes, de São Paulo, que assumiu o sistema mediante
garantias da municipalidade.
Não precisa ir além para saber
que essas garantias passaram pelo combate à concorrência desigual, representada
pelos taxistas intermunicipais. Logo, foi preciso delimitar a ação de cada um.
A Prefeitura decidiu que os
transportes alternativos, que chegam à cidade diariamente, ficam proibidos de
circular no perímetro urbano, onde a exploração legal deve ser feita pelo
transporte coletivo, táxis e mototáxis da cidade.
A grosso modo, medida correta.
Só que tem um porém. Os transportes intermunicipais
são responsáveis por uma parcela considerável de consumidores de quase uma
centena de municípios que fazem circular o dinheiro no comércio local.
Esses visitantes, a maioria de origem simples e classes menos abastadas, alegam que não têm condições de bancar o transporte interno, uma vez que já pagam a passagem aos alternativos.
Veja que estamos tratando de uma cadeia produtiva, importante para a economia de Mossoró, e cada um com as suas particularidades. Portanto, a gestão municipal encontrou o remédio para o problema do transporte de massa, só não acertou na dose.
Faltou o diálogo.
Era e é preciso envolver na mesa de debate todos os interessados para, assim, encontrar a medida certa. Sem diálogo, o problema se agrava, como estamos observando.
Os proprietários dos intermunicipais estão revoltados; os seus passageiros também, e a classe lojista preocupada com os prejuízos iminentes.
Assim, é preciso que a autoridade máxima da cidade assuma a responsabilidade. O prefeito Silveira Júnior (PSD), porém, deixou Mossoró antes dos manifestantes interditarem a Av. Presidente Dutra.
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