Sem conseguir resolver um impasse interno no PMDB pela
indicação de ministérios, a presidente Dilma Rousseff avisou ao vice-presidente
Michel Temer que vai adiar para a semana que vem o anúncio da nova configuração
da Esplanada dos Ministérios.
A petista informou a
decisão em reunião nesta quinta-feira (24) no Palácio da Alvorada, residência
oficial da Presidência da República.
O Palácio do
Planalto tem encontrado dificuldades para acomodar os ministros aliados do
vice-presidente. Para solucionar o impasse, a presidente considera abandonar a
fusão entre Aviação Civil e Portos.
A ideia é manter
Eliseu Padilha no primeiro ministério e transferir para o segundo o ministro
Helder Barbalho (Pesca), cuja pasta deve ser extinta na nova configuração
ministerial.
No início da semana,
no entanto, a presidente havia oferecido o novo Ministério da Infraestrutura
para a bancada do partido na Câmara dos Deputados.
A possibilidade da
petista não fundir as pastas e entregar Aviação Civil e Portos para aliados do
vice-presidente irritaram o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo
Picciani (RJ).
Ele ameaçou,
inclusive, retirar as indicações da bancada peemedebista para o Ministério da
Saúde caso a presidente não volte atrás na decisão.
Em um aceno ao
mercado, a petista também avalia manter o ministro Armando Monteiro
(Desenvolvimento), que criticou recentemente as medidas do pacote fiscal que
diminuem os repasses ao Sistema S e reduzem a alíquota de abatimento do
Reintegra.
A pasta chegou a ser
oferecida ao PMDB do Senado Federal, que a recusou e passou a reivindicar a
Integração Nacional.
Ela estuda também
fundir as pastas do Trabalho, Previdência Social e Desenvolvimento Social e
extinguir Micro e Pequenas Empresas.
Em uma tentativa de
estancar a crise política, a presidente prometeu entregar cinco ministérios ao
PMDB, entre eles o da Saúde para garantir o apoio da sigla a seu governo e
evitar que dissidentes apoiem o impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados.
A avaliação do
Palácio do Planalto, no entanto, é de que o aceno ao PMDB dá fôlego momentâneo
ao governo federal, mas não afasta a possibilidade de ser aberto um processo de
afastamento da petista.
0 comentários:
Postar um comentário