A situação do
Senador José Agripino a cada dia vai se complicando, agora é um relatório do
COAF que mostra que a conta do Senador recebeu 50 depósitos, vou REPETIR, 50
DEPÓSITOS em apenas um dia(27 de outubro de 2014, sem que em nenhum depósito
tenha identificação de quem fez(inclusive nos envelopes). Segue reportagem de
Folha de São Paulo.
O Coaf, órgão de
inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda, detectou uma série
de depósitos em espécie de forma fragmentada e sem identificação dos
depositantes, no valor total de R$ 169,4 mil, em contas bancárias do senador
José Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional do DEM e um dos principais
nomes da oposição. Segundo relatório do Coaf, a movimentação “sugeriria
tentativa de burla dos mecanismos de controle e tentativa de ocultação da
identidade do depositante”.
O relatório do
Coaf integra o inquérito aberto nesta
quarta-feira (7) por decisão do ministro Luís Barroso, do STF
(Supremo Tribunal Federal), para investigar o senador a pedido da PGR
(Procuradoria Geral da República).
Segundo o Coaf,
movimentações suspeitas foram realizadas no mesmo dia, 27 de outubro de 2014,
no final da campanha eleitoral do ano passado. As contas do senador receberam
seis depósitos de R$ 9.900 mil cada um no caixa do banco em um total de R$ 59,4
mil, além de outros 44 depósitos em espécie, em envelopes no caixa eletrônico,
cada um deles com R$ 2.500.
O Coaf ressaltou
“a ocorrência de tais operações em espécie, no mesmo dia, com valor global de
R$ 169,4 mil”, sem que os nomes dos depositantes fossem conhecidos. Pelas
regras em vigor, segundo o Coaf, os valores dos depósitos registrados no caso
de Agripino “dispensam a identificação”. Os bancos devem identificar, em seus
controles internos, os autores de depósitos acima de R$ 10.000 e comunicar ao
Coaf transações do gênero acima de R$ 30 mil.
Entre outros
depósitos para Agripino, com identificação, um motorista do Senado colocou R$
95 mil, em espécie, na conta do senador, além de ter feito dois depósitos, um
de R$ 9.000 e outro de R$ 9.100, “em espécie na mesma sessão de caixa” e na
mesma agência. Outra servidora pública, lotada no Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Norte, fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000.
Na petição que
protocolou no último dia 29 no STF para pedir a abertura do inquérito, o
procurador-geral da República Rodrigo Janot escreveu que as operações
detectadas pelo Coaf “abrangem movimentação de valores em espécie de forma
fracionada em contas bancárias, transferências de quantias entre familiares e
empresas em nome familiares e até mesmo depósitos em dinheiro feitos por um
motorista do Senado Federal”.
O foco do
inquérito é a suspeita, segundo a PGR, de que Agripino solicitou e recebeu
“vantagens indevidas” em troca de “auxílio do parlamentar na superação de
entraves e liberação de recursos do financiamento” do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do estádio de futebol
Arenas das Dunas, entre 2011 e 2014. Segundo Janot, as movimentações detectadas
pelo Coaf ocorreram na mesma época das obras. O inquérito é um desdobramento da
Operação Lava Jato.
A assessoria do
senador informou à Folha na noite desta quarta-feira (7) que não foi comunicado sobre o
inquérito, e desconhece as informações sobre os depósitos sem identificação. O
senador afirmou, em nota: “Em não tendo sido notificado, não tomei conhecimento
de nada do que consta na investigação. Informado, terei resposta para os fatos
que sejam objetos de questionamento”.
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