O PSOL entregou, nesta
terça-feira (13), ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados uma
representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que pede
a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro.
Denunciado no Supremo Tribunal
Federal (STF) por suspeita de recebimento de até US$ milhões em propina no
esquema da Lava Jato, Cunha também terá que explicar por que mantinha contas
secretas em bancos na Suíça.
Com a decisão mais ampla da
ministra do STF Rosa Weber interditando o início do processo de impeachment de
Dilma na Câmara dos Deputados, tomada nesta terça-feira, parlamentares do PT
foram liberados informalmente a assinar o requerimento encabeçado pelo PSOL.
Oficialmente, o líder da bancada,
Sibá Machado (AC), disse que a decisão sobre o pedido de processo contra Cunha
no Conselho de Ética cabe à direção nacional do PT, mas, ao final da reunião da
bancada, 28 petistas já haviam assinado o requerimento de apoio à iniciativa do
PSOL.
Machado afirmou que o
posicionamento dos deputados que assinaram o documento é de caráter individual.
Entretanto, não haverá punição aos apoiadores da representação, que será
protocolada nesta tarde.
Entre os petistas que deram
formalmente seu apoio ao pedido do PSOL estão Maria do Rosário (RS), Henrique
Fontana (RS), Pepe Vargas (RS), Décio Lima (SC), Zeca Dirceu (PR), Wadih Damous
(RJ) e Luizianne Lins (CE).
“Estamos convencidos de que ele não está legitimado
a permanecer à frente da Câmara”, argumentou Maria do Rosário. Segundo relatos, os líderes da
bancada usaram um discurso mais moderado. “Agora não é prudente votar
oficialmente pela cassação”, disse um dos líderes. A maior parte dos deputados,
no entanto, pregou o afastamento de Cunha. “Esperamos que o Conselho de Ética
possa se pronunciar em tempo curto”, comentou Paulo Teixeira (SP).
A decisão da ministra Rosa Weber
foi comemorada pelos petistas que participaram da reunião. “Entendemos que ele
(Cunha) não tem condição de presidir qualquer processamento de impeachment. Ele
não tem condições políticas e jurídicas para fazê-lo. Entendemos que, neste
momento, acabou esse debate do impeachment no Congresso Nacional”, declarou
Teixeira.
Fonte: Isto É
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