É inacreditável, é intolerável, é ultrajante para todos
os brasileiros o que ele vem fazendo para rebaixar o país ao nível de uma
republiqueta.
O depoimento do ex-relator da Comissão de Ética que pode – enfim –
determinar sua cassação, Fausto Pinatto, é estarrecedor. Mas não surpreendente,
dado que não é o primeiro nessa direção. Pinatto disse
que teve medo de morrer.
“Fui abordado
em aeroporto, o meu motorista foi abordado, recebi alguns recados em aeroporto
de pessoas desconhecidas. Sofri todo tipo de pressão que você pode imaginar”,
disse em entrevista à imprensa. “Falaram para pensar na minha família, que eu
tinha filho pequeno, filha pequena, irmão pequeno.”
Pinato afirmou que fez um boletim de ocorrência confidencial na Secretaria de Segurança de São
Paulo. A família, disse, passou a se locomover num carro blindado. Um policial
militar foi destacado para dormir em sua casa para protegê-lo e à família. Isso tem um
nome: terrorismo.
Depoimentos de
delatores da Lava Jato contaram a mesma história. Nos vídeos das delações, era
visível o pavor deles ao falar em Eduardo Cunha. As ameaças sempre incluíam as
famílias.
E com tudo
isso, e mais as provas acachapantes despachadas pelos suíços para as
autoridades brasileiras, Eduardo Cunha continua de mãos livres para cometer
suas barbaridades.
É evidente que
ele deu um jeito de se livrar de Pinatto, que a esta altura deve estar dando
graças a Deus por não mais comandar um processo que poderia e deveria dar na
cassação de Eduardo Cunha.
Já são mais de
dois meses em que todo o
Brasil sabe o que fez e do que é capaz o presidente da Câmara dos Deputados, o
terceiro cargo na hierarquia nacional. E nada.
Ele está
obstruindo os trabalhos da Comissão de Ética à frente de 200 milhões de
brasileiros para escapar dos crimes que cometeu. E nada.
Janot, Moro, o
ministro da Justiça – ninguém é capaz de dar um basta? Você tem aí o confronto
do esperto, Cunha, contra os tolos, os tíbios, os fracos, como os listados
acima. Cunha tem, a seu favor, a mão amiga e cúmplice de políticos despudorados
como Aécio, Serra, FHC e outros tantos da oposição.
Quem perde,
nisso tudo, é a sociedade. Um jornalista
expressou hoje no Facebook o que é um sentimento amplamente espalhado hoje pelo
país.
Ele propôs que
Eduardo Cunha ficasse com tudo – a começar pelo dinheiro que roubou dos
brasileiros, e continuando pelo cargo. “Mas devolva o Brasil”, acrescentou o
jornalista.
Cunha
sequestrou o Brasil. Transformou o país numa versão de Chicago dos anos de Al
Capone. Ninguém mais
poderá alegar surpresa se algum opositor seu aparecer morto. Ameaças, se não
são fortemente reprimidas, terminam em realidade, num momento ou em outro.
Quem ameaça
uma família, e duas, e três, é porque pode sim dar o passo seguinte. Eduardo Cunha
tem que sofrer uma punição exemplar – e para ontem – por tudo de mal que vem
fazendo ao país.
Tem que ser
cassado e preso já. E tem que ser exposto em praça pública para que a sociedade
saiba o que acontece com quem desce aos abismos morais a que ele rebaixou a si
próprio – e ao Brasil.
É como se o
Brasil estivesse acorrentado aos pés de Eduardo Cunha.
E então
repito. Ou o Brasil acaba com Eduardo Cunha ou Eduardo Cunha acaba com o Brasil.
Fonte: Diario do centro do mundo
0 comentários:
Postar um comentário