Quem acompanha este blog sabe que esta pedra já foi
cantada. O governador Robinson Faria cometeu erro estratégico fundamental.
Acreditou que teria convivência minimamente republicana entre sua administração
e o grupo de comunicação de propriedade de Henrique Alves, derrotado
fragorosamente em 2014. A cobertura da disputa ao governo do RN em
2014 e das ações de Robinson em 2015 deixaram claro que a gestão do PSD
não gozará de um segundo de trégua, de que não haverá um fiapo de jornalismo
responsável, isto é, que apresente os problemas, mas também os acertos.
Recordar significa recompor a teia dos fatos. Vamos a eles.
MANIPULAÇÃO EM BUSCA DO
CAOS
Afiliada da rede globo, a InterTV cancelou durante a campanha
de 2014 a publicação de uma pesquisa de última hora para não mostrar um dos
seus donos, Henrique Alves, então candidato ao governo, em queda livre.
Em
outra situação, como foi demonstrado aqui, jornalistas procuraram inflar
suposto desgoverno na saúde pública do RN. Quando viram que não era bem assim e
a realidade mais complexa, editaram a matéria para ser embalada no molde
desejado (veja aqui).
Depois até a conquista do Hub para o RN foi pintada como
custosa para o Estado pelo jornal da família Alves, enquanto que os demais
concorrentes procuravam apresentar pontos positivos de suas cidades (veja aqui).
O períódico inventou intrigas entre membros do governo e
servidores que foram desmentidas publicamente (veja aqui).
Dados sobre assassinatos de 2004 à 2014 foram
veiculados, como se fossem da atual gestão que iniciou em 2015.
Um leitor do blog sugeriu, inclusive, que o Papinha passasse
a apresentar o programa jornalístico da InterTV, pelo modo com que a emissora
começou a enfatizar mortes, assaltos e tudo de ruim, em que pese uma pequena
diminuição e reversão nos índices de violência em 2015 (veja aqui).
Os exemplos são intermináveis, apesar de apenas um ano
de governo.
TUTELANDO GOVERNOS
O fato concreto é que o grupo de comunicação de Henrique
tutelou as administrações de Wilma, Carlos Eduardo Alves, Rosalba Ciarlini e
Micarla de Sousa, abocanhando cargos e controlando fatias apetitosas do
orçamento público. Depois de desgastados, esses e outros eleitos pelo voto com
apoio dos Alves foram jogados fora e as ratazanas pularam da barca que ajudaram
a furar.
Robinson disse em seu primeiro comício oficial em 2014
que o PMDB não subiria a rampa com ele, caso fosse eleito. Henrique e todo seu
aparato político de comunicação jamais perdoarão.
DAMAS DE ESPADA E A
MANIPULAÇÃO
Hoje terça feira (05) áudios foram veiculados, tentando
relacionar o governador Robinson Faria à operação Damas de Espada, que
investiga desvios na Assembleia.
A conversa nada diz de concreto. Apenas que Robinson
estava preocupado com o uso político contra ele, já que ele presidiu a casa no
passado. A gravação foi feita em período de renhida disputa eleitoral na qual
Henrique Alves, seu oponente, fez uma das campanhas mais caras e opulentas da
história da terra de Poti, com amplo apoio de jornais, emissoras de Tv, rádios
e blogueiros. Nada mais natural procurar saber e tentar antecipar as ações
do oponente.
No entanto, os áudios foram apresentados pela Inter TV
Cabugi sem a devida contextualização, para lançar dúvidas sobre Robinson.
Além disso, já se sabe, por exemplo, que há mais de 1500
gravações telefônicas sobre o assunto. Por qual razão apenas essa foi liberada
desse modo solto? E com que propósito? O governador sequer é investigado
pela operação Damas de Espada.
Interessante é que, durante os últimos dias que
antecederam a veiculação da “matéria”, os perfis ligados ao grupo de Henrique
já comemoravam o que seria o “furo” da emissora, dando até parabéns aos
jornalistas que fizeram a reportagem. Está tudo registrado no twitter. Basta
olhar.
É preciso ser cético quanto a qualquer mudança de
postura. Enquanto Robinson Faria não se dobrar, os ataques travestidos de
jornalismo continuarão até o último dia. O governador não terá descanso.
Fonte: o Potiguar
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