Olho D'água do Borges/RN -

Cabo da PM relata tratamento desumano recebido da Prefeitura de Apodi durante o carnaval de 2016


Veja abaixo o depoimento das condições que os PMs receberam para trabalhar em Apodi:

O texto é um pouco longo, mas peço que percam um pouquinho do seu tempo só pra saber como a Polícia Militar é tratada pelos políticos da cidade de Apodi.

Fiz apenas um pequeno resumo dos três dias de estadia na cidade onde dizem ser o maior carnaval do RN, pois se eu fosse escrever tudo detalhadamente, certamente daria um livro, sem sombra de dúvida.

No dia 6 de fevereiro de 2016, foi que se deu início ao nosso martírio carnavalesco…Sou integrante de um grupo de 25 PMs que foram escalados pra dar um reforço ao policiamento na cidade de Apodi localizada na região oeste potiguar, a cerca de 350km de distância da cidade do Natal de onde partimos.

Estávamos aguardando o transporte pra fazer a condução do efetivo, quando chega um ônibus que transporta alunos nas cidades do interior, (esses que o governo federal fez a doação pra os municípios), ônibus sem nenhuma condição de fazer uma viagem longa.

Quando soubemos que íamos viajar naquele ônibus logo de cara todos disseram que não ia viajar no ônibus, mais depois de várias discussões resolvemos seguir viagem em consideração ao Coronel Arcanjo e ao Sargento Israel que ficou a nossa frente.. fizemos uma pequena viagem que durou 6 horas e 30 minutos, onde não se tinha nem um encosto de cabeça pra descansar o pescoço.

Ao chegar na cidade mais precisamente às 14 horas e 45 minutos, fomos alojados numa escola estadual Antônio Dantas, nos deram uns colchões pra botar no chão que que até aquele momento não havia sido limpo, pois a escola está sem aulas, os banheiros estavam fétidos e imundos…

Mandaram umas quentinhas pra o efetivo almoçar as 16 horas, que por sinal foi a melhor refeição que fizemos nesses quatros dias, quando chegou a hora da janta do primeiro dia as cozinheiras nos informou que ia atrasar pois, tinha acabado o gás… olhe que não tinha feito ainda nenhuma refeição, pois as quentinhas tinham vindo de um restaurante. A janta saiu exatamente de 21 horas e 15 minutos.

No segundo dia de carnaval, começamos as reclamações as pessoas que poderiam melhorar as condições dadas ao efetivo da PM, ouvimos um turbilhão de promessas do oficial que está a frente e até dos políticos da região, o Coronel Humberto comandante do 2° BPM, foi até o nosso alojamento e determinou que o tenente providenciasse melhorias pra o efetivo, até aí achávamos que as coisas teria um novo rumo, mas continuou no mesmo patamar, comida de qualidade muito baixa, alojamento desapropriado e altamente precário, deslocamento de quase 1km pra fazer as refeições, banheiros péssimos… Etc…

No terceiro dia se já não bastasse todas essas intempéries dessa péssima estadia na cidade de Apodi, quase metade do efetivo foi acometido de uma diarréia severa, e tiveram que ser hospitalizados causando uma baixa no efetivo, que já estava super reduzido, pra imensa quantidade de foliões da cidade. Um dos guerreiros teve que ficar sob observação médica, pois devida a bactéria que causou a diarréia ele teve a pressão arterial alterada.

Hoje é o quarto dia, e se até essa altura do campeonato nada mudou, dificilmente irá mudar alguma coisa no último dia desse martírio, por isso resolvi escrever esse pequeno relatório, mas se mais coisas de ruim acontecer eu postarei futuramente.

Fonte: Passando na Hora

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