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Candeeiro: PGJ pede autorização ao Tribunal de Justiça para investigar Ricardo Motta

A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) pediu autorização do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte para apurar denúncia contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta (de saída do Pros para o PSB). Ele foi acusado de beneficiar do esquema que desviou pelo menos R$ 19 milhões do Instituto de Desenvolvimento do Meio Ambiente (IDEMA).

Como o parlamentar tem foro privilegiado, só pode ser investigado com autorização do TJRN. O pedido sendo aceito, caberá o procurador geral Rinaldo Reis conduzir os trabalhos de investigação.

Ricardo Motta foi denunciado pelo ex-diretor do Idema, Gutson Reinaldo, apontado pelo Ministério Público como o “cabeça” do esquema criminosos. Gutson disse em depoimento à Justiça, na última segunda-feira (22), que Ricardo Motta teria sido beneficiado, inclusive, revelou que o parlamentar havia pedido R$ 8 milhões para pagar contas da campanha eleitoral.

Nas eleições de 2014, além de renovar o mandato, Ricardo Motta bancou a campanha vitoriosa do filho Rafael Motta (PSB), eleito como o deputado federal mais votado do Rio Grande do Norte. O parlamentar, porém, nega qualquer envolvimento com Gutson Reinaldo ou com o esquema fraudulento.

Gutson chegou ao comando do Idema por indicação do governador Robinson Faria (PSD), na época vice da governadora Rosalba Ciarlini (PP). Quando rompeu com o governo, Robinson perdeu a indicação, mas Gutson disse que ele permaneceu no cargo a pedido de Ricardo Motta, que era presidente da Assembleia Legislativa.

Motta nega a informação, diz que não o indicou para o Idema e desafia Gutson a provar a acusação.

O “cabeça” do esquema criminoso disse ainda que o dinheiro desviado era dividido em três partes. Ele ficava com 20%, outros 20% eram dados a membros do esquema e 60% ficavam com políticos, citando Motta como beneficiado.

Ainda durante o depoimento, Gutson garantiu que sabe muito mais, porém, só fala se negociar delação premiada com o Ministério Público. Ele garante que tem documentos para provar o que diz.

Já o advogado de Gutson Reinaldo, Fábio Hollanda, afirmou que o seu cliente pode ajudar a esclarecer tudo que aconteceu no Idema e na Assembleia Legislativa.

Quando fala de Assembleia Legislativa, se refere a Operação Dama de Espadas, que desbaratou esquema de desvio de dinheiro da AL. Na época, a então procuradora geral da Assembleia, Rita Mercês, foi presa como líder da quadrilha. Ela é mãe de Gutson Reinaldo.


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