Dois delatores
da Operação Lava Jato contaram à Procuradoria-Geral da República que o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebia propina em outras cinco
novas contas no exterior. Até o momento, quatro haviam sido identificadas pelos
investigadores fora do país.
De acordo com os
empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca
Engenharia, as transferências foram feitas em troca da liberação de verbas do
fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, em
que a empreiteira teve concessão em consórcio com a Odebrecht e a OAS. As
informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A eventual
confirmação desses dados elevará para nove o número de contas não declaradas no
exterior sob controle do presidente da Câmara, que enfrenta processo de
cassação no Conselho de Ética, denúncia criminal e pedido de afastamento no
Supremo Tribunal Federal. Todos esses processos estão relacionados às suspeitas
de envolvimento de Cunha no esquema de corrupção da Petrobras, apurado pela
Operação Lava Jato. Ele nega participação em irregularidades.
A Folha teve acesso à tabela de transferências
bancárias no exterior entregue pelos empresários no acordo de delação premiada
que firmaram com a PGR. Segundo eles, a liberação dos recursos pretendidos pela
Carioca Engenharia era feita por influência do aliado de Cunha Fábio Cleto, que
ocupou uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e também o conselho do
fundo de investimento do FGTS.
Font: Congresso em Foco
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