O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou
nesta quinta-feira (28), por 277 favoráveis e 4 contrários, o pedido de
urgência do projeto que aumenta os salários dos servidores do Poder Judiciário
(PL 2648/15). A proposta pode ser incluída na pauta a qualquer momento, mas não
há previsão de votação.
Os deputados tentaram votar
ainda a urgência para o aumento salarial dos servidores do Ministério Público
da União (PL 6697/09), mas não houve quórum. A votação desta urgência será
retomada na semana que vem.
Aumento
do Judiciário
Pelo texto aprovado na Comissão
de Trabalho, de Administração e Serviço Público, o reajuste dos servidores do
Judiciário será de aproximadamente 41,47%. O aumento será dado, de forma
escalonada, em oito parcelas, de janeiro de 2016 a julho de 2019.
A proposta tem impacto
orçamentário para 2016 de R$ 1,160 bilhão. De acordo com o STF, houve
negociação com o Executivo para garantir os recursos para o reajuste a partir
de 2016, sendo que o impacto financeiro total ocorrerá apenas a partir de 2020.
A votação dividiu opiniões. O
deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) criticou a votação da urgência do
projeto. Para ele, não é hora de aumentar as despesas, especialmente depois de
a Casa aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff por questões fiscais.
“Que urgência é essa em votar aumento para servidores do Judiciário? Esta Casa
aqui acabou de cassar uma presidente da República porque durante todo o seu
mandato ela quebrou o Brasil, gastou mais do que tinha”, afirmou. “Vamos deixar
para o próximo presidente um buraco mais fundo? É essa a intenção?”, emendou.
O líder do PSD, deputado
Rogério Rosso (DF), rebateu as críticas. Ele lembrou que o aumento contido na
proposta foi autorizado pela Lei Orçamentária já aprovada pela Câmara e que os
reajustes só terão efeito pleno em 2019. Rosso ressaltou ainda que a proposta
em análise é uma resposta ao aumento vetado por Dilma. “Não é pauta-bomba, é
uma pauta justa com lastro orçamentário, que vai fazer o Brasil cada vez mais
constituir seus poderes constitucionais”, afirmou.
O líder do governo, deputado
José Guimarães (CE), também lembrou que o aumento dos servidores está previsto
no Orçamento. “Será que o arrocho que vem aí será tão grande que vai acabar com
aumento de servidores previsto no Orçamento?”, questionou.
Ele afirmou que os deputados
que agora são contra o reajuste deveriam ter se manifestado na hora de votar o
Orçamento. “Não pode fazer demagogia, todo mundo aprovou esse aumento no ano
passado e vem acusar o governo de farra fiscal”, disse Guimarães, em referência
ao projeto vetado pela presidente Dilma Rousseff, que previa aumento de até
78,56% em parcelas até 2017. O veto foi mantido pelo Congresso Nacional.
Fonte: Agência Câmara
0 comentários:
Postar um comentário