Depois de ser duas vezes candidato à Presidência,
prefeito de São Paulo outras duas, governador do Estado paulista e quatro vezes
deputado federal, Paulo Maluf (PP-SP), aos 84 anos, diz preferir o último
posto.
“Vou cumprir este mandato de deputado federal em 2018,
aos 87 anos. Se estiver com boa saúde, não preciso fazer campanha para
deputado. É só que dizer que sou candidato que estou eleito. Executivo não tem
mais”, diz. E completa: “(Ser) deputado é tranquilo: trabalho terça, quarta e
quinta metade do tempo. Faço de conta que estou trabalhando.”
Criticado por ter faltado a 8 das 10 reuniões da comissão
especial que discutiu o impeachment na Câmara (“não tinha obrigação”), o
político explica, em entrevista à BBC Brasil, que sua defesa pelo afastamento
de Dilma Rousseff é apenas política.
“Ela é correta e decente, mas voto pelo impeachment”,
diz, acusando o presidente de seu partido, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), de
ter negociado apoio ao governo sem consultar os demais políticos de sua base.
Para Maluf, a negociação de cargos foi “espúria, para não dizer pornográfica” e
Nogueira se comportaria de maneira “monocrática”, como um “ditadorzinho do
Piauí”.
O político diz ainda considerar “uma vergonha nacional” o
fato de seu partido ser o recordista de citações na Lava Jato, com mais de 30
investigados. Ele também comenta os casos de corrupção em que esteve envolvido,
como sua recente condenação à prisão pelo Tribunal Criminal de Paris, por
lavagem de dinheiro – à qual recorre na Suprema Corte Francesa.
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