Com o governo do presidente interino Michel Temer, de
fortes características congressuais, as bancadas de deputados vão se dividir em
quatro grandes blocos de atuação. Estes agrupamentos não serão formalizados
para evitar que cada bancada partidária perca cargos em comissões permanentes e
postos na Mesa Diretora. Vão atuar à revelia dos blocos formais acertados no
início da legislatura.
A nova oposição na Câmara, formada por PT, PCdoB, PDT,
Rede e Psol não conseguirá barrar ou alterar, de forma significativa, as
propostas de reformas polêmicas, entre elas a administrativa e a da
previdência, além das medidas de ajuste fiscal que o Palácio doPlanalto enviará
ao Legislativo nas próximas semanas. Com 99 deputados formais, estas legendas –
- todas foram contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, com
raras exceções de alguns deputados — serão derrotadas facilmente em plenário.
Com a ajuda de um pequeno grupo que pode chegar a 120 parlamentares, o máximo
que poderão fazer será adiar discussõ
O maior dos blocos informais será o do chamado novo
“centrão”, composto por 13 partidos pequenos e médios que arregimentam mais de
200 parlamentares. São siglas já conhecidas como PP, PR, PTB, PRB, PSC, PSD,
SDD, entre outras. O conglomerado já conseguiu a primeira vitória na Câmara: a
nomeação do deputado André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo Temer.
Mesmo na condição de coordenador de uma bancada com apenas nove deputados,
Moura teve o “centrão” como padrinho e arregimentou apoio suficiente para
obrigar Temer a desistir do seu preferido para a função, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Bloco do Cunha
Com pequenas alterações, o “centrão” compõe o mesmo grupo
que dá sustentação ao presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O
grupo tenta salvar o mandato de Cunha, tanto no Conselho de Ética quanto em
plenário. Esse bloco vai tentar aprovar no Colegiado uma punição mais branda
para o peemedebista e deixar a definição sobre o futuro dele em suspenso, para
decisão final do Supremo Tribunal Federal, onde o parlamentar passou à condição
de réu na Operação Lava
Jato depois de votação
unânime.
Ao mesmo tempo em que é o maior agrupamento de apoio a
Temer, o “centrão” é o que mais pode criar problemas para o novo governo. Faz
parte do agrupamento o Solidariedade, partido dirigido pelo deputado Paulo
Pereira da Silva (SP), que também é o principal líder da central Força
Sindical. Ele já se posicionou contra a reforma da Previdência nos moldes
pretendidos pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Apoio crítico
O segundo bloco informal de atuação é composto por PSDB,
DEM, PPS e PSB. Conta com 121 deputados e também apoia o presidente interino,
apesar das restrições a medidas como o aumento de imposto previsto no cardápio
do novo governo. Se conseguir atrair o PV, esse grupo terá mais seis deputados.
“Este bloco precisa ter nome, mostrar a cara, ter uma
identidade”, diz o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).
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