Investigado na Lava Jato, o ministro do Turismo, Henrique
Eduardo Alves, pediu demissão nesta quinta feira. Henrique Alves entregou o
pedido de demissão depois que chegou ao Palácio do Planalto a informação de que
o procurador geral da República, Rodrigo Janot, já teria em mãos novas
acusações contra ele.
Alves é a terceira baixa do governo do presidente
interino Michel Temer. Antes dele, Romero Jucá e Fabiano Silveira, do
Planejamento e da Transparência, respectivamente, deixaram o governo Temer
também devido a citações ou declarações relativas à operação.
O peemedebista já
tem um inquérito aberto contra si e foi citado na delação do ex-presidente da
Transpetro Sergio Machado. No acordo de delação premiada, Machado disse que
intermediou o pagamento de R$ 1,55 milhão para Henrique Eduardo Alves. Segundo
ele, o dinheiro teve como origem contratos entre a Queiroz Galvão e Galvão
Engenharia com a Transpetro.
Durante um determinado período, Henrique Eduardo
Alves fez lobby para a Transpetro contratar determinadas empresas de tecnologia
e serviço, mas os negócios não avançaram. Pelo relato, o exministro era
insistente na busca de doações. "Ele (Henrique Eduardo Alves) ligava
diversas vezes para a Transpetro e o depoente ligou algumas vezes para
ele", diz em depoimento Machado.
Henrique Eduardo Alves esteve na noite de
quarta feira com Temer no Palácio do Planalto para avisá-lo que avaliava pedir
demissão. Mas, segundo assessores de Temer, não bateu o martelo. Nesta quinta,
por volta das 15h, ligou para o presidente interino para confirmar sua decisão.
Na conversa, segundo um auxiliar, Henrique afirmou achar que novas revelações
sobre seu envolvimento na Lava Jato ainda estavam por vir. Temer já havia
declarado que foi criada, em seu curto governo, uma "jurisprudência"
de que, em havendo suspeição sobre um ministro, ele deveria se afastar.
Próximo
de Temer, Henrique Eduardo Alves também foi ministro do Turismo no governo da
presidente afastada Dilma Rousseff. Antes mesmo da ruptura entre o PMDB e o
governo da petista, Alves pediu demissão, em março deste ano.
Fonte: O Globo
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