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Demissão de Henrique Alves contradiz indignação de Temer


Citado pela primeira vez como participante ativo de negociação para repasse de propina a políticos, o presidente interino Michel Temer fez um pronunciamento para negar, com veemência, as acusações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado.

Algumas horas depois, o ministro do Turismo e um dos políticos mais próximos a Temer, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão do cargo por ser citado na mesma colaboração judicial.

É de se perguntar: se as afirmações de Machado são mentirosas e criminosas, como classificou temer, por que Alves caiu fora tão rápido? Justamente ele, que já demonstrou tamanho apego ao cargo, a ponto de só sair do governo Dilma às vésperas da votação da admissibilidade do impeachment?

O próprio Temer, ao procurar se mostrar suficientemente indignado, cunhou uma frase que lhe será cobrada no decorrer das investigações: alguém que tenha feito o que Machado disse não teria condições de presidir o país.

Realmente é disso que se trata: em um mês de interinidade, Temer coleciona três ministros degolados pela Lava-Jato e, agora, está ele próprio envolvido em acusações. Os próprios aliados diziam nesta quinta-feira que, caso Machado tenha algo mais que o gogó contra ele, seu governo caminhará, de fato, para se inviabilizar.

Fonte: Lauro Jardim


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