Embora admita estar cedo para prognóstico mais contundente,
o professor Antônio Spinelli, cientista político da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, avalia que há risco efetivo de contaminação da candidatura do
prefeito Carlos Eduardo (PDT) pelo fato de parentes do chefe do executivo,
sobretudo o primo e ex-ministro do Turismo Henrique Alves, serem citados na
operação Lava Jato.
No caso de
Henrique, a situação é mais grave porque ele responde a duas investigações,
dois pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal e uma
denúncia por possuir uma conta secreta na Suíça, contendo milhões de reais que
o procurador geral da República, Rodrigo Janot, desconfia serem frutos de
propina desviada da Petrobras.
“Há risco de
contaminação, sobretudo porque o prefeito até então estava afastado politicamente
da família, embora o afastamento não fosse pessoal, mas sofre desgaste porque
nomes da família dele têm sido citados na operação Lava Jato”, avalia Spinelli.
“Então o prefeito vai ter de se esforçar muito para evitar que isso contamine
sua imagem. Mesmo levando-se em conta que a eleição é descasada das eleições
mais gerais, para presidente e governador, mesmo assim, é inevitável haver uma
certa associação, até pelo parentesco”.
Segundo o
professor, o resultado dessa contaminação vai depender necessariamente de como
o prefeito vai processar esse envolvimento de parentes. “Depende de sua
capacidade de colocar as questões locais e às relativas à gestão como elemento
principal, que é um dado fundamental do processo eleitoral. Mas ele terá que
responder às críticas dos adversários, envolvendo os parentes, e ao próprio
PMDB”, frisou.
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