Há quase quatro anos atrás, em 02/12/2012, escrevi o
primeiro artigo sobre a BR 304, onde enfatizei a necessidade de sua duplicação
e mostrei a quantidade de mortes alarmantes que ocorriam nela:
"Há quem diga, em termos
de prioridades estruturais, que o Rio Grande do Norte necessita, da duplicação
da BR 304, embora ela não se encontra elencada entre essas prioridades. Afinal,
esta seria uma rodovia que liga 'apenas' a capital, Natal, ao Oeste e Alto
Oeste potiguar, assim como à capital cearense, Fortaleza (CE) e demais estados
do Norte. Apenas por tudo isso, sua duplicação já seria necessária e
emergencial.
A duplicação da BR 101 mostrou
seus efeitos. Dinamizou o acesso de Natal e do RN aos eixos econômicos do
Recife (PE) e demais estados circunvizinhos. Faz muito pelo turismo e pelo
acesso. Mas fez bem mais pela diminuição drástica de acidentes com mortes
fatais naquela BR. Eis o ponto em que quero tocar quanto à 304.
Quase que
diariamente o trecho entre Natal e Mossoró é testemunha de um acidente grave,
invariavelmente com vítimas fatais. Desastres que custam caro ao erário
público. Desastres que não têm preço para quem perdeu um amigo, um parente, um
irmão, um filho ou um pai na rodovia apelidada pelos seus frequentadores
assíduos de 'da morte'.
As causas mais frequentes dos
acidentes são as mesmas encontradas em todo o Brasil: alta velocidade,
ultrapassagens proibidas e falta de atenção dos motoristas. Agregam-se a estes:
animais soltos na pista (jumentos abandonados, principalmente), buracos,
acostamentos desgastados e, o fluxo intenso de caminhões. Boa partes destes,
velhos e vagarosos, causadores de verdadeiros congestionamentos no fluxo da
segunda principal artéria federal do Rio Grande do Norte.
Se o desenvolvimento econômico
do RN não é preocupação imediata, façamos o apelo pelos nossos conterrâneos e
por todos aqueles que arriscam suas vidas na BR 304. A duplicação não educará
nossos motoristas incivilizados. Infelizmente, ela não lhes dará uma aula
soberba de cidadania. Mas, como obra estruturante, ela reduzirá drasticamente
as centenas de acidentes e mortes anuais que são registradas pela Polícia
Rodoviária Federal.
Que nossos parlamentares se
unam conjuntamente aos governos estadual e federal para agilizarem o processo
de dotação orçamentária, licitação, planejamento e execução da obra. Não é um
pedido de Mossoró. Este é um pedido do Rio Grande do Norte e de cada vida que
pode ser salva a partir de agora.
Escrevo em memória de amigos
que já perdi nesta BR, em especial ao humorista Espanta Jesus, David Cunha e ao
motorista Deivison Soares da Silva Nobre que representam, nesta reflexão, todas
as demais vítimas".
Quatro anos depois, o quadro
permanece o mesmo. Promessas políticas de que a duplicação sairia chegaram a
ser anunciadas na mídia. Até agora NADA. O estrangulamento da economia de
Mossoró aponta para a necessidade urgente de se abrir e alargar essa via que é
fundamental para seu desenvolvimento. A miopia reinante, tanto pelas elites
políticas, quanto pelas elites econômicas, não consegue perceber que, desenvolvimento
capitalista, só ocorre com estrutura de transporte mínima.
Aguardamos ainda uma solução.
Fonte: O Potiguar
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