O secretário da Justiça e da Cidadania (Sejuc) do Rio
Grande do Norte, Wallber Virgolino, criticou com veemência a decisão do juiz
Marcus Vinícius Pereira Júnior (em substituição na 1ª Vara da Fazenda Pública
de Natal) de determinar o bloqueio de R$ 1 milhão em suas contas pessoais e
também nas contas pessoais do governador Robinson Faria e do secretário da
Administração Cristiano Feitosa. Segundo Virgolino, “são decisões como essas
que desestimulam qualquer gestor. Decisões baseadas na vaidade eivada de ar de
superioridade e deselegância para com o outro Poder”.
“Trabalhar em cima do perfeito quando não se é perfeito,
é bastante confortável. Comentar sobre tourada sem montar no touro é muito
fácil, quero ver é brigar com o touro na arena”, acrescentou o titular da
Sejuc.
Neste sábado (23), o desembargador João Batista Rebouças
Rodrigues, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, acatou parcialmente
um mandado de segurança, suspendeu a decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública de
Natal e mandou desbloquear as contas dos gestores. Wallber também falou sobre a
decisão do desembargador: “Agiu corretamente a instância superior em suspender
os efeitos da sentença em relação às multas pessoais. Ninguém pode ser
compelido a fazer o impossível. O meu conforto é saber que existe Deus acima
disso tudo pra julgar humanos, deuses e semideuses”.
As contas de Robinson e dos dois auxiliares haviam sido
bloqueadas na sexta-feira (22) em razão do descumprimento de uma liminar que
determinava a compra, pelo Estado do Rio Grande do Norte, de armas,
equipamentos e munições para uso dos agentes penitenciários. A multa, em caso
de ordem não ser cumprida, previa sanção pessoal de R$ 1 milhão em desfavor do
governador e dos referidos secretários.
Robinson Faria não se pronunciou quanto ao bloqueio ou
desbloqueio das contas. Já Cristiano Feitosa, disse que o juiz titular da vara
da Fazenda Pública, Airton Pinheiro, havia determinado, em março deste ano, que
o Estado teria um ano para comprar os equipamentos necessários a contar a partir
da data da autorização do Exército. “A autorização do Exército foi emitida em
abril deste ano, portanto, o governo teria até abril do próximo ano para
adquirir os equipamentos. Ou o juiz não leu o processo ou agiu em deliberada má
fé”, afirmou.
Com informações do jornalista
Anderson Barbosa do G1-RN
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