Um dado vai ficando claro, na medida em que a eleição se
aproxima - Henrique será um grande puxador de votos. O detalhe é que será dos
adversários do PMDB.
Natal é o exemplo mais
emblemático, mas não o único. Nas cidades em que já passei nos últimos meses -
e não foram poucas - a figura de Henrique é mobilizada como alguém que
manipularia e estaria por trás das candidaturas apoiadas pelo PMDB. Seria uma
forma de tentar colar a rejeição de Henrique, encalacrado por algumas delações
premiadas e denúncias da Procuradoria Geral da República na operação Lava Jato,
pelos seus oponentes nos municípios nos postulantes apoiados por ele.
Obviamente que há uma
supervalorização instrumentalizadora do papel de Henrique nessa campanha.
Porém, o argumento "cola" pelo histórico da eleição em 2014, quando o
ex-deputado vendeu a narrativa de que era extremamente poderoso e gozava de
influência em todos os espaços da república.
Ao contrário de Henrique, o
senador Garibaldi Alves reúne a simpatia do eleitorado. É possível que seja
utilizado como escudo para conter o dano causado pela figura do primo.
Atormentado pelas denúncias da
Lava Jato, Henrique tenta manter a normalidade, comentando assuntos políticos
em seu twitter. Na prática, porém, toda vez que se manifesta gera mais munição
para os seus adversários. Uma fala sua no twitter rendeu muitos comentários e
críticas a maneira como o PMDB influencia o grupo do prefeito Carlos Eduardo
Alves. Logo em seguida, CEA, numa inserção de contenção de danos, enfatizou que
cumprirá todo o mandato.
Henrique terá o grande desafio
de sair de cena nessa eleição e agir apenas nos bastidores. Será preciso muita
frieza para enfrentar essa condição.
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