Do Estadão - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse
nesta sexta-feira, 15, que a maioria dos pacientes que procuram atendimento em
unidades de atenção básica da rede pública apenas “imagina” estar doente, mas
não está. De acordo com o ministro, é “cultura do brasileiro” só achar que foi
bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e
esse suposto “hábito” estaria levando a gastos desnecessários no Sistema Único
de Saúde (SUS). Entidades médicas criticaram a fala de Barros.
“A maioria das
pessoas chega ao posto de saúde ou ao atendimento primário com efeitos
psicossomáticos. Por que 50% dos exames laboratoriais não são retirados pelos
interessados? Por que 80% dão resultado normal? Porque foram pedidos sem
necessidade”, disse o ministro, na manhã desta sexta-feira, 15, em evento na
sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo.
Já representantes de entidades médicas discordaram da
afirmação de Barros de que a maioria da população procura postos de saúde sem
estar, de fato, doente. “De maneira geral, qualquer unidade de saúde terá 70%
dos exames com resultado normal. Isso acontece porque o paciente não é bem
examinado, não é bem interrogado, e são solicitados os exames errados. Ou
então, na rede pública, o exame demora tanto para ficar pronto que, até lá, o
paciente já sarou e não vai retirar o resultado”, diz Antonio Carlos Lopes,
presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
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