A Procuradoria-Geral da República diz que detectou
pagamentos da empreiteira Carioca Engenharia na conta secreta da Suíça
atribuída ao ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB).
A investigação
aponta que ele se beneficiou do esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal
revelado na sexta (1º) na Operação Sépsis.
Sabia-se até
agora da existência da conta vinculada a ele no exterior e de uma investigação
aberta pelo Ministério Público da Suíça. Agora, surgem dados sobre a origem dos
depósitos.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz que os repasses da Carioca a
Henrique Alves foram feitos sob orientação do presidente afastado da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De acordo com
a Folha de São Paulo, o dinheiro enviado para a Suíça para a conta de Henrique
Alves, segundo dados da Procuradoria, era oriundo de propina cobrada da empresa
Carioca em troca da liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS
para obras do Porto Maravilha, no Rio.
A Folha teve acesso a um despacho de Janot no qual
ele relaciona Alves a um “grupo criminoso”. “Por ocasião da cobrança de
vantagem indevida feita aos empresários da construtora Carioca, Cunha indicou
para o depósito da propina outra conta, esta de Henrique Eduardo Alves”, disse
o procurador-geral.
Pessoas
próximas às investigações relataram à Folha que
houve mais de uma transferência da Carioca para o ex-ministro. Os valores
totalizariam ao menos US$ 300 mil.
Em março, o
Ministério Público da Suíça transferiu para o Brasil uma investigação contra
Henrique Alves iniciada no país, por causa da descoberta da conta. Na ocasião,
ela tinha saldo de R$ 2,8 milhões.
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