Logo após as Capitanias hereditárias, as nossas terras
foram divididas e distribuídas em porções as quais se chamavam datas, e a cada
data era dada o nome de acordo com um marco que nela se destacasse.
No século XVIII tomou posse em uma data de terra no
Riacho da Pedra Branca um cidadão Português cujo nome era Joaquim Borges da
Siqueira, o qual organizou uma fazenda no centro da data que tomara posse. A
fazenda em virtude de ter sido encravada nas proximidades de um Olho D'água,
lugar onde sempre teve água permanente, recebeu o nome de Fazenda Olho D'água;
mas nas datas vizinhas também havia outros Olhos D'água, então o povo organizou
e cognominou esta fazenda que pertencia a data da Pedra Branca; de Fazenda Olho
D'água do Borges, em virtude de esta pertencer a Joaquim Borges, a fim de que
se tornasse mais fácil sua identificação.
Este velho português Joaquim Borges de Siqueira, se
desfez da Fazenda deslocando-se para Fortaleza-CE. O Sr. Joaquim Borges,
vendeu a propriedade ao tenente João Francisco Lopes, e seu irmão Joaquim
Manoel de Barros, no fim de 1.700.
Os herdeiros dos respectivos proprietários, com a ajuda
de outros moradores vizinhos, sentiram a necessidade de professar sua religião e
procuraram imediatamente construir uma capela a qual deram como Padroeira N. S.
da Conceição, ainda hoje existente numa nova igreja edificada pelos moradores
subsequentes.
Por volta de 1929, ordenava o referido local o senhor
Felinto da Silveira Barros, que recebendo um convite do Padre do Conto do Lima
em Patu, ambos se prestaram de acordo a criar uma capela em frente a casa da
Fazenda, como também criar uma pequena feira para os moradores vizinhos.
No dia 20 de setembro de 1929, houve a missa solene,
celebrada pelo Padre Francisco Sohl, e inaugurada a primeira feira de Olho
D'água do Borges, dando origem ao nome desta recente cidade de Olho D'água do
Borges, que em 30 de outubro de 1938 foi elevada a categoria de vila.
Olho D'água do Borges, limita-se ao norte com o município
de Caraúbas; ao sul, com o município de Rafael Godeiro, ao nascente, com o
município de Patu e ao poente com o município de Umarizal.
Esta data já foi motivo de orgulho para nossa gente, pois
era o dia mais esperado do ano, “O dia Vinte de Setembro”, Hoje, como
tantos outros costumes e tradições da nossa terra faz parte do passado. O dia
20 de setembro era conhecido na cidade e região como a data mais importante do
ano para nós, vinha gente das cidades vizinhas e da capital, para assistir
o desfile das escolas e a festa à noite, no Mercado Publico, que
infelizmente também foi destruído pela gestão municipal. As
comemorações alusivas aos 87 anos de fundação de
nosso município, foram abolidas do calendário festivo e cultural do
nosso município.
Está é a realidade que temos. Pobre Olho D'água do Borges!!!