As principais centrais sindicais do Brasil se reuniram
nesta manhã de quinta-feira, 8, para iniciar o processo de mobilização contra a
proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo. Os sindicalistas
não concordam com os pontos mais importantes do projeto, como a idade mínima de
65 anos e a equiparação entre homens e mulheres, e alguns grupos já cogitam a
possibilidade de greve geral.
Para Luiz Carlos Prates, o Mancha, do CSP-Conlutas, a
proposta de reforma é um grande ataque ao trabalhador e visa acabar com as
aposentadorias. "Não vemos margem para negociar com o governo, que deseja
impor essa reforma sem uma ampla negociação. Estamos iniciando uma mobilização
que, na nossa visão, deve culminar com uma greve geral", afirmou. Segundo
o diretor de comunicação social da Nova Central, Nailton Francisco de Souza, o
governo não cumpriu o que foi combinado com as centrais quando Michel Temer
ainda era presidente interino. "Foi criado um grupo de trabalho para
debater o assunto. O grupo fez sugestões, mas o governo não respondeu e só nos
comunicou que enviaria a proposta ao Congresso".
O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, disse
que as centrais em geral têm um posicionamento contrário à reforma, mas que
ainda vão ser realizados novos debates e reuniões para definir os principais
pontos a serem combatidos. "Esse projeto é complexo e afeta inúmeras
dimensões da vida do trabalhador. O Dieese vai construir um diagnóstico
detalhado para que tenhamos um posicionamento técnico conjunto e, lá para
fevereiro, março, quando o assunto estiver sendo discutido no Congresso, vamos
apresentar nossas propostas", explicou.
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