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EMPARN prevê um bom inverno para 2017


Após cinco anos de seca no Nordeste que levou estados e reservatórios ao colapso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) prevê para 2017 um inverno entre moderado e forte para o estado potiguar. Apesar da boa expectativa, é preciso manter-se alerta já que os reservatórios acumulam apenas 13,37% da capacidade total de reserva. Na tentativa de garantir o abastecimento dos municípios com os volumes disponíveis, o Instituto de Gestão de Águas do Estado (Igarn) garante a continuidade da fiscalização para evitar furtos e desvios dessas águas.


O gerente de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, explica que alguns fatores climáticos indicam a probabilidade de chuvas, mas o principal é o fenômeno La Niña, que esfria a superfície das águas do Ocenao Pacífico na região dos trópicos. O quadro registrado atualmente no Pacífico de forma fraca a moderada deve permanecer até meados de 2017, atravessando o período chuvoso do Nordeste. “Essa condição da La Niña no Oceano Pacífico, quando as águas superficiais estão mais frias, é meio caminho andado para condição de chuva no Nordeste. Se depender do Pacífico, teremos chuva”, explica. O fenômeno La Niña interfere na direção dos ventos e, consequentemente, no clima global. Atualmente, essa variação está entre -1ºC e -1,5ºC e deve se manter até maio de 2017. 

Outro fator decisivo para as chuvas é a Zona de Convergência Intertropical sobre nossa região, resultante da convergência dos ventos alíseos com alta umidade, sinalizando chuvas em potencial. Mas além dos ventos, a temperatura do Oceano Atlântico nos hemisférios Norte e Sul também interfere no nosso clima. Bristot explica que, entre os meses de fevereiro e maio, quando tende a chover no interior do Estado, a diminuição da temperatura no Norte e aumento no Sul – com consequente alta e queda da pressão no Oceano dos respectivos hemisférios – faz com que a ZCIT alcance o Nordeste. 

Por outro lado, Bristot lembra que apesar das condições favoráveis, a queda da temperatura no Atlântico Norte está mais lenta que o normal, enquanto o Atlântico Sul está mais quente que anos anteriores. “Para termos uma condição de chuva moderada, precisamos de uma diferença de aproximadamente dois graus entre os oceanos, o que deve acontecer até janeiro”, afirma Bristot. 

Um outro aspecto definidor do nosso clima é a atividade solar, que consiste na variação de explosões na superfície do Sol. Com aumento, a tendência é ventos solares mais fortes e, como resultado, menos nuvens e mais calor na Terra. Atualmente o gerente de meteorologias explica que estamos numa baixa atividade solar, o que implica mais nuvens e mais chances de precipitação.

“A partir de 2017 começa um tempo favorável às chuvas pela baixa atividade solar, principalmente entre 2018 e 2021. Mas os governos precisam ficar atentos e se programar para a próxima alta do ciclo de atividade solar a partir de 2022, que pode trazer um novo tempo de seca”, alerta o gerente de Meteorologia da Emparn.

Fonte: Tribuna do Norte

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