Na delação feita à Justiça, o exvicepresidente de
Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Medo Filho, teria dito que o
presidente Michel Temer (PMDB) pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo
Odebrecht em 2014. A informação é do site BuzzFeed e da Revista Veja.
O jornal
Estadão confirmou que Temer teve dois encontros com Odebrecht. Uma das reuniões
foi um jantar entre o então vicepresidente, Marcelo Odebrecht e o hoje
ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu. Em outro
encontro, em São Paulo, Temer estaria acompanhado de seu colega de partido, o
ex-deputado federal e ex-ministro do Turismo Henrique Alves. Ambos, segundo a
delação, pediram dinheiro a executivos da empreiteira, em troca de uma obra.
A
revista informou nesta sexta feira, 9, que teve acesso à íntegra dos anexos da
delação de Melo Filho, que trabalhou por doze anos como diretor de Relações
Institucionais da Odebrecht.
Em 82 páginas, o executivo contou como a maior
empreiteira do país comprou, com propinas milionárias, integrantes da cúpula
dos poderes Executivo e Legislativo.
Segundo o delator, os R$ 10 milhões foram
pagos em dinheiro vivo ao braço direito do presidente, o ministro chefe da Casa
Civil, Eliseu Padilha. O dinheiro também teria sido repassado ao assessor
especial do peemedebista, José Yunes, seu amigo há 50 anos.
Segundo a revista,
deputados, senadores, ministros, exministros e assessores da expresidente
Dilma Rousseff também receberam propina. A distribuição de dinheiro ilícito
teria alcançado integrantes de quase todos os partidos.
O delator apresentou email, planilhas e extratos
telefônicos para provar suas afirmações. Uma das mensagens mostra Marcelo
Odebrecht, o dono da empresa, combinando o pagamento a políticos importantes,
identificados por valores e apelidos como “Justiça”, “Boca Mole”, “Caju”,
“Índio”, “Caranguejo” e “Botafogo”.
Procurado, o Palácio do Planalto afirmou
que não vai comentar.
Fone: Estadão
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