O gerente de meteorologia da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bistrot, participou na
manhã desta segundafeira, 30, em Mossoró, do I Fórum Climático do Oeste
Potiguar. No evento, ele apresentou as previsões para o período chuvoso na
região, que deve ter início em meados de fevereiro, seguindo até o mês de maio.
Segundo o especialista, as precipitações pluviométricas devem ficar dentro da
normalidade, entre 400 e 700 milímetros.
Gilmar explica que este ano a região Nordeste
não está sob influência nem do fenômeno La Niña nem do El Niño, que indicam a
ocorrência ou não de chuvas com base no resfriamento ou aquecimento do Oceano
Pacífico. Com isso, a análise dos meteorologistas está sendo feita a partir das
condições do Oceano Atlântico.
“O período chuvoso no Nordeste é influenciado
pela zona de convergência e depende das condições dos oceanos Pacífico e
Atlântico. Esse ano, como não estamos nem com o La Niña nem com El Niño no
Pacífico, a condição mais importante é a do Oceano Atlântico, que nós ainda
estamos estudando, porque o Atlântico tem um comportamento diferente do Oceano
Pacífico, até o presente momento as condições que o Oceano Atlântico apresenta
é que sejam chuvas próximo do normal aqui para a região Oeste, incluindo o Alto
Oeste, Vale do Açu, Seridó, Chapado do Apodi”, destaca Bistrot.
A mesma
previsão não se encaixa em outras regiões do Estado, como é o caso Agreste. O
meteorologista explica o porquê: “Para o setor Centro Leste, regiões Agreste e
Leste do Estado as condições de chuva deverão ficar um pouquinho abaixo do
normal, exatamente porque a zona de convergência não deverá atingir de forma
efetiva essas regiões. As condições que estão patrocinadas pelo Oceano
Atlântico não indicam que teremos chuvas como aconteceu em 2008, 2009, nem
generalizada em todo o Estado”, acrescenta.
A expectativa é que as chuvas não
sejam bem distribuídas, conforme relato do especialista. “Acredito que tenhamos
uma grande irregularidade na distribuição, teremos chuvas mais concentradas em
algumas áreas, não dá para precisar onde serão, e com variabilidade no tempo,
com períodos de três, quatro, até cinco dias sem chuvas, fenômeno que
conhecemos como veranico”, afirma.
Sobre as precipitações que vêm sendo
registradas no Rio Grande do Norte, Gilma Bistrot explica que elas fazem parte
do período de pré-estação chuvoso, sistema típicos dos meses quentes,
principalmente janeiro. “Esse sistema se forma decorrente da circulação do
vento, que traze chuvas mais pontuais, mas que também pode trazer muita chuva,
como aconteceu no final de semana na região do Alto Oeste, na Paraíba, sul do
Ceará, essas chuvas não têm nada a ver com a estação chuvosa que começa em
meados de fevereiro”, conclui.
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