Reportagem de
VEJA desta semana revela que a Camargo Corrêa, uma das maiores empreiteiras do
país, negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de
delações, nos moldes do acordo feito pela Odebrecht, que deve envolver a
colaboração de cerca de quarenta executivos e até acionistas e alcançar em
torno de 200 políticos, inclusive expoentes do governo de Michel Temer. A
Camargo Corrêa promete até exumar o cadáver da Operação Castelo de Areia, que
tinha a construtora no centro do escândalo – uma engrenagem que envolvia
corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro – e que foi abortada pela
Justiça.
Quando isso
ocorreu, porém, já se sabia que Temer aparecia 21 vezes nas planilhas, ao lado
de outros figurões da República, como os ministros Gilberto Kassab (PSD) e
Mendonça Filho (DEM) e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Romero Jucá
(PMDB). A superdelação também trará novos problemas para Antonio Palocci,
principal interlocutor da empreiteira nas gestões do PT. Se Brasília já não
dormia pela expectativa da delação da Odebrecht, apelidada de “fim do mundo”, o
clima vai ficar ainda mais tenso: o mundo pode acabar duas vezes.
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