Diante das turbulências provocadas pela Lava Jato, o
senador José Serra (PSDB-SP) deve apresentar na próxima semana uma Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que retira da Carta os dispositivos que regulam o
sistema eleitoral. O assunto foi discutido no jantar realizado na quarta-feira
(15) na casa do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes,
com a participação do presidente Michel Temer e de vários convidados do
Congresso.
A ideia de criar um modelo de financiamento público de
campanhas, com uma lista fechada de candidatos para as eleições de 2018, ocupou
as rodas de conversa naquela noite, mas foi a proposta de Serra que chamou mais
atenção.
O jantar foi oferecido por Mendes em homenagem ao
senador, que completa 75 anos no próximo domingo, e ocorreu um dia após o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhar ao Supremo Tribunal
Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito contra vários políticos citados
nas delações da Odebrecht.
Serra e alguns dos convidados de Mendes – entre eles os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), além do senador Aécio Neves (PSDB-MG) – estão na lista de Janot. O
presidente do TSE, por sua vez, vai analisar o processo de cassação da chapa
Dilma Rousseff-Michel Temer.
A proposta de desconstitucionalização do sistema
eleitoral é considerada importante por Serra para que todas as mudanças
sugeridas na reforma política possam ser feitas por projeto de lei. Ele, por
exemplo, defende o voto distrital misto. Atualmente, essa alteração depende de
emenda constitucional.
Serra também prega o parlamentarismo e pediu a Eunício
que crie um grupo para discutir o sistema de governo. Embora o próprio Temer tenha
ouvido com interesse a proposta do tucano, aliados do Palácio do Planalto
disseram à reportagem que a ideia não é factível a curto prazo.
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