O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) verifique e se
manifeste sobre “a aparente conexão” entre um inquérito contra o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outra investigação contra o presidente do DEM,
senador José
Agripino Maia (RN).
Os dois casos apuram suspeitas de que os parlamentares
teriam cometido os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em
troca de favorecimento à empreiteira OAS.
O despacho de Barroso, publicado nessa segunda-feira (3),
foi dado no âmbito do inquérito contra Agripino Maia, do qual é relator, e no
qual se apura se o senador recebeu propina da OAS em troca de auxílio político
à construtora, para facilitar a liberação de recursos de financiamento do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionados à
construção da Arena das Dunas, para a Copa do Mundo de 2014.
Prorrogação
O ministro Barroso também deu mais 60 dias à PGR para a
continuidade das investigações contra Agripino Maia. Um dos motivos para a
prorrogação é poder concluir a análise de informações bancárias e telefônicas,
além de colher depoimentos ainda não realizados.
Em dezembro, Barroso havia determinado a quebra do sigilo
bancário do Diretório Nacional do Democratas, no período de 1º de janeiro de
2012 a 31 de dezembro de 2014, e o afastamento dos sigilos telefônicos de
Agripino Maia, bem como do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e de Raimundo
Maia, primo do senador, pelo mesmo período.
Quando foram autorizadas as quebras de sigilo, em dezembro,
Agripino Maia negou qualquer tipo de influência política a favor da OAS.
“Que tipo de influência eu poderia ter para conseguir
liberação de recursos do BNDES em pleno governo do PT?”, disse, ressaltando que
na época estava ao lado da oposição.
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