O ex-deputado federal Eduardo Cunha, condenado a 15 anos
e 4 meses de prisão no âmbito da operação Lava Jato, pediu R$ 6 milhões em
caixa dois para a Odebrecht, que foram divididos entre as campanhas dele, de
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ao governo do Rio Grande do Norte e do governador
Marcelo Miranda (PMDB-TO), em 2014, relataram delatores ao Ministério Público
Federal.
O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis
afirmou que Eduardo Cunha ‘apresentava aos diretores da Odebrecht uma série de
candidatos’ a ser financiada pela construtora. “Ele fazia essa introdução e
deixava depois os candidatos conversando conosco”.
“Uma vez, nos pediu um apoio para a campanha a um cabo
eleitoral em Itaboraí (região metropolitana do Rio). O prefeito de Itaboraí era
da base de apoio dele. Pediu R$ 300 mil. Nós doamos. Tive percepção de que
aquele dinheiro era para outros. Nunca entrei no mérito”, afirmou.
Nas eleições de 2014, segundo relatou Fernando Reis,
Cunha pediu R$ 6 milhões. Do total, R$ 2 milhões seriam destinados à campanha
do então presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao
governo do Rio Grande do Norte, e R$ 1 milhão ao então candidato ao governo do
Tocantins Marcelo Miranda (PMDB).
O delator afirmou que Eduardo Cunha havia pedido doações
aos diversos presidentes das empresas do Grupo Odebrecht. “No meu caso, um
valor de R$ 6 milhões. Não foi regateado. Ele não pediu mais. Foi uma conversa
bastante harmônica”.
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