Olho D'água do Borges/RN -

Henrique usou serviços de filho de ministro do TST para interferir em tribunais superiores


O pedido de prisão preventiva interposto pelos procuradores da República Rodrigo Telles e Fernando Rocha aponta diversas irregularidades acerca da campanha do ex-ministro do Turismo, Henrique Alves, ao pleito de governador do Rio Grande do Norte, em 2014. Não apenas isso, o documento acusa o também ex-presidente da Câmara dos Deputados de utilizar os serviços do advogado Erick Pereira, filho do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Emmanoel Pereira, para tentar interferir em decisões judiciais e ajudar Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, em ações do TST; Superior Tribunal de Justiça (STJ); Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) e na própria Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em mensagem enviada para Cunha de 1º de agosto de 2012, Léo Pinheiro diz que precisa conversar com ele e com Henrique Alves. O ex-deputado cassado explica, em resposta, que “há um tema que gostaria de conversar (TRF-Recife)”. Diz ele que precisa “falar com você sobre Recife sobre um Fundo de Amparo ao Trabalhador e sobre as eleições lá de Natal e no Rio de Janeiro”. Para o Ministério Público Federal, “as mensagens constantes dos celulares de Léo Pinheiro revelam que Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves também têm elevado poder de interferir no Poder Judiciário, inclusive e especialmente no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, competente para apreciação deste caso em segunda instância”.
De acordo com o documento do Ministério Público Federal, Léo Pinheiro, em mensagem datada de 24 de junho de 2014, recorre a Henrique Alves em busca de resolver determinada questão referente ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife. Na ocasião, Léo Pinheiro avisou a Henrique que, para tanto, utilizaria o advogado do ex-ministro do Turismo: Erick Wilson Pereira – muito embora a OAS possuísse Bruno Brasil como diretor jurídico, que poderia ter concedido seus serviços normalmente, uma vez que estava legalmente habilitado para a tarefa. Erick Pereira, por sua vez, nunca havia advogado formalmente para a OAS.
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