Com sessão conturbada, a reforma trabalhista foi aprovada
nesta terça-feira, 11, no plenário do Senado por 50 votos favoráveis e 26
contrários. Houve 1 abstenção em um quórum de 77 senadores. Agora, os senadores
votam destaques e o projeto segue para a sanção presidencial.
A medida é considerada pelo governo de Michel Temer uma das principais
medidas para estimular novas contratações no mercado de trabalho e
desburocratizar os processos de admissão e demissão — queixa recorrente de
muitos empresários.
O texto altera mais de 100 pontos da CLT. Entre eles, autoriza os
trabalhos intermitentes, permite dividir as férias em três períodos e faz com
que os acordos coletivos tenham força de lei.
A sessão plenária, que teve início às 11h, foi marcada por tumultos e
bate-bocas entre os parlamentares. Por volta das 12h30, as senadoras da
oposição Gleisi Hoffman (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Graziotin
(PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) ocuparam a mesa
diretora do plenário como forma de obstruir a votação. Em reação, o presidente
do Senado, Eunício Oliveira (PMBD-CE) apagou todas as luzes do plenário e
suspendeu a sessão por mais de quatro horas.
Fora do plenário, Eunício declarou que a sessão só seria retomada quando
“a ditadura deixar”.
Às 13h44, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), acusou a
presidência da Casa de estar arrumando o auditório Petrônio Portela para
transferir a votação da Reforma Trabalhista para o local. O senador Cássio
Cunha Lima (PSDB-PB) era um dos que tentava reunir assinaturas para tentar
realizar a votação fora do plenário.
A sessão só foi reaberta às 18h36, quando Eunício retornou à cadeira da
presidência na mesa diretora. Após retomar o seu posto, Eunício disse que “Deus
lhe deu essa qualidade da paciência” e que não tinha pressa para encerrar a
votação. Ele classificou a ocupação da mesa por parte de senadores da oposição
como um “episódio triste”, mas pediu calma aos senadores da base aliada.
Os oposicionistas pediram a palavra pra encaminhar voto contrário à
matéria. Partidos da base aliada como PMDB, PSDB, PSD, DEM e PP aproveitaram
para fazer sinalizações positivas ao projeto, que foram computadas como
encaminhamento favorável ao texto.
Em meio à confusão, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) esbravejava pedindo
a palavra, enquanto o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) computava os
votos dos aliados pessoalmente e os comunicava em voz alta.
Fonte: Estadão
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