A condenação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro “envergonhou o Brasil”, segundo comunicado enviado à imprensa
internacional pelos advogados do petista. Em nota escrita em inglês, os
advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira afirmam que Lula é
inocente e está sendo alvo de uma investigação com “motivações políticas”.
Ainda de acordo com a defesa, nenhuma evidência da culpa do ex-presidente foi
produzida e provas contundentes de sua inocência foram ignoradas “de forma
descarada”.
Ao final da nota, os advogados de Lula afirmam que vão
“provar a inocência de Lula em todas as cortes imparciais, incluindo as Nações
Unidas”. Segundo os defensores, a condenação de Lula a nove anos e meio de
prisão ataca “as leis brasileiras, a democracia e os direitos humanos básicos”
do ex-presidente. O texto afirma que é necessário ir à ONU porque Lula está
sendo alvo de lawfare, conceito jurídico em que o Estado usa sua arma para
atacar inimigos políticos, e cita como exemplos crimes praticados após a
Segunda Guerra Mundial pela União Soviética e por países comunistas do Leste
Europeu.
Para os advogados, Moro deveria se afastar de todas as
suas funções. “O juiz Moro deixou seu viés e motivação política clara do começo
ao fim do processo. Seu julgamento envergonhou o Brasil ao ignorar provas
contundentes da inocência (de Lula) e sucumbir ao viés político, enquanto passa
por cima de direitos humanos básicos e do devido processo legal”. Para os
advogados, o Ministério Público Federal (MPF) e o juiz Moro estão se movendo
pela política em vez de pela lei.
“Ninguém está acima da lei, mas ninguém está abaixo
dela”, diz o texto, ao afirmar que Lula sempre cooperou com a investigação da
Lava-Jato. “Lula sempre deixou claro para o juiz Moro e os investigadores que o
lugar para exercer as diferenças políticas é a urna, não a sala de um
tribunal”.
Segundo a nota, o depoimento de Lula a Moro “foi um
enorme desperdício de dinheiro público e envergonhou o Brasil
internacionalmente”, acrescentando que “é hora de reconstruir a confiança na
lei brasileira.”
Fonte: O Globo
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