A procuradoria-geral da República (PGR) denunciou, nesta
quarta-feira (13), o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN),
investigado em inquérito no âmbito da Operação Lava Jato. A investigação corre
sob sigilo e, por este motivo, o teor da denúncia não foi divulgado.
Agripino Maia é investigado por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. O inquérito foi aberto com base em indícios de que senador
teria combinado pagamento de propina com executivos da OAS para construção do
estádio Arena das Dunas, em Natal (RN), para a Copa do Mundo. O ministro Luís
Roberto Barroso é responsável pelo caso na Corte.
Durante as investigações, foram apreendidos telefones
celulares do presidente da OAS, Leo Pinheiro. Nos aparelhos foram descobertas
trocas de mensagens entre o empresário e Agripino. Além disso, em maio de 2013,
diante das irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União que
impediam o repasse de recursos do BNDES, o presidente da OAS Dunas, Carlos
Eduardo Paes Barreto, teria enviado mensagem a Leo Pinheiro afirmando que o
apoio de Agripino na agilização do processo do TCU com o BNDES era importante
para não comprometer a entrega da Arena.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ainda no
pedido de abertura de inquérito contra o parlamentar, Agripino teria conseguido
liberação de recursos do BNDES. Em contrapartida, a OAS teria doado R$ 500 mil
ao diretório do DEM. O doleiro Alberto Yousseff também confessou, em delação
premiada, ter administrado caixa dois da OAS e enviado R$ 3 milhões em espécie
para Natal. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou
operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o senador.
Em nota, a assessoria do senador diz que o parlamentar
“repudia os fatos” e ressalta que não há, no inquérito, nenhuma “referência de
pedido ou recebimento de valores em troca de qualquer tipo de retribuição ou
vantagem” indevida. Além disso, destaca que até as últimas eleições as
contribuições jurídicas eram legalmente permitidas.
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