O ex-ministro e
ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) admitiu ter recebido
dinheiro de “caixa 2” para a sua campanha a governador do Rio Grande do Norte
em 2014. Recebeu das mãos do delator Lúcio Funaro, operador do PMDB e preso na
operação Lava Jato.
“É verdade, ele
trouxe (dinheiro), não tenho por que negar. Talvez de empresas que, em forma de
doação, davam a minha campanha”, disse, sem especificar quais teriam sido as
empresas.
O ex-deputado
negou, porém, que o dinheiro tenha origem em atos de corrupção ou ligação com o
esquema no qual é investigado. “Nada além disso, sem qualquer vinculação, sem
qualquer discussão prévia, sem toma lá dá cá, isso nunca existiu”, afirmou.
Henrique Alves
reafirmou que o dinheiro era de “caixa 2”, ou seja, valores não declarados à
Justiça Eleitoral.
Preso desde o
dia 6 de junho, Henrique Alves foi ouvido hoje em depoimento ao juiz Vallisney
de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, no processo em que ele aparece
envolvido no esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal (CEF). Ele é
acusado de receber propina na liberação de recursos do FI-FGTS, fundo de
investimento ligado ao banco estatal.
Ele negou ter
participado de qualquer atividade irregular ligada a essa investigação.
Ainda no
depoimento, Henrique afirmou não saber a origem dos depósitos identificados em
uma conta aberta por ele não Suíça. Negou ter movimentado a conta e afirmou que
tomou conhecimento dos depósitos pela imprensa, quando foram divulgados
depoimentos dos delatores.
“Nunca recebi
nada nessa conta da parte de ninguém”, afirmou, explicando a conta foi aberta
com objetivo de preservar parte do seu patrimônio, uma vez que na época estava
envolvido em um divórcio e uma disputa familiar sobre a herança do pai,
ex-governador Aluizio Alves. Ele reafirmou que a conta na Suíça aberta por ele em 2008 foi movimentada por terceiros sem seu conhecimento.
Henrique chorou
em alguns momentos do depoimentos, demonstrando emoção ao afirmar que é
inocente e citar a relação com a sua família.
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