O Dia de São José, comemorado nesta segunda-feira, 19, foi de
decepção para boa parte do Rio Grande do Norte. Afinal, não choveu como o
esperado em quase a totalidade do Estado, o que, tradicionalmente, significaria
que o “inverno” não será chuvas – e mantendo a situação de seca pelo 7º ano
consecutivo. Porém, para a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), as
notícias não são negativas. Afinal, nesta terça-feira, 20 de março, começa
oficialmente o outono, período que tradicionalmente concentra as principais
chuvas no interior do Estado. E a expectativa é que as chuvas recomecem e sejam
regulares até o final de abril, sobretudo, nas regiões Oeste e Central.
Quem reafirma essa previsão é o meteorologista da Emparn,
Gilmar Bistrot. Segundo ele, nos últimos dias houve um bloqueio na formação de
chuvas, o que acabou prejudicando a regularidade das chuvas no interior.
Contudo, as condições oceânicas que ensejaram as previsões otimistas do início
do ano continuam, com chuvas reiniciando já nesta semana.
“A gente não viu mudança nenhuma nas condições
oceânicas/atmosféricas a não ser a formação desse bloqueio, que atrapalhou as
chuvas, claro, mas que já está se dissipando.
Por isso, o que vale é a previsão
que foi feita em fevereiro (de chuvas regulares). Por isso que domingo já foi
possível observar a formação de chuvas no interior do Estado, chuvas isoladas”,
afirma o meteorologista.
Segundo Gilmar Bistrot, hoje já devem ser retomadas as
chuvas em algumas áreas do interior do Estado. Litoral e Agreste, porém, só
retomam no final da semana. “Lá para quinta ou sexta-feira”, antecipa.
Com relação ao interior do Estado, a dica do
meteorologista é que sejam escolhidas para quem ainda planeja plantar, culturas
mais rápidas. “Para a plantação de novas lavouras, como já estamos bem
adiantados, meados para o final de março, é preciso utilizar culturas com ciclo
mais curtos. Culturas precoces, como feijão, milho, as qualidades mais precoces
possíveis, para que as chuvas possam atender essas culturas. Produzam nesse
intervalo”, acrescenta.
Já sobre a recuperação dos reservatórios, no entanto, as
previsões são menos garantidas. Isso porque como as chuvas ainda não começaram,
não se é possível prever a intensidade delas. “Por enquanto não dá para falar
em recuperação dos reservatórios porque o mês de março, praticamente, não
choveu por conta desse bloqueio”, lamenta.
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