O desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, concedeu nesta quinta-feira, 3, um habeas corpus
para derrubar o último mandado de prisão preventiva que pesava contra o
ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB). Com isso, o peemedebista deverá
deixar a Academia de Polícia Militar, em Natal, onde está detido há mais de dez
meses.
Henrique foi preso em 6 de junho de 2017 por força
de dois mandados de prisão preventiva (provisória) – um expedido pela
Justiça Federal do Rio Grande do Norte e outro pela de Brasília. O primeiro
deles – relativo à operação Manus, que apura supostos desvios na construção da
Arena das Dunas – já havia sido derrubado em fevereiro. O segundo –
relativo à operação Sépsis, que apura fraudes na Caixa Econômica Federal –
ainda estava em vigor e foi revogado hoje pelo desembargador Ney Bello.
O ex-ministro, contudo, terá de cumprir recolhimento
domiciliar. A medida foi imposta em fevereiro pelo juiz Eduardo Guimarães
Farias, da 14ª Vara Federal do RN, em substituição à prisão preventiva da
operação Manus.
Em sua decisão, o desembargador Ney Bello apontou que,
embora não veja ilegalidade na detenção do ex-ministro no âmbito da
operação Sépsis, as investigações estão avançadas e não há a mais a
“possibilidade de o paciente Henrique perturbar a ordem pública ou se furtar
à aplicação da lei penal”.
“Assim, deve prevalecer a regra geral relativa à privação
da liberdade pessoal com finalidade processual, segundo a qual o alcance do
resultado se dá com o menor dano possível aos direitos individuais, sobretudo
quando há expressa referência a inúmeras outras medidas de natureza cautelar,
que podem ser decretadas pelo juízo da causa e em proveito das investigações”,
escreveu Ney Bello.
O desembargador assinalou ainda que, sob pena de
revogação da decisão dessa quinta-feira, Henrique deverá entregar seu
passaporte e não poderá manter contato com os demais investigados.
Confira AQUI a decisão do desembargador
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