Além de ser
coordenador da campanha de Carlos Eduardo no Seridó, Batata foi preso dentro do
desdobramento de uma ação que já chegou à porta de Carlos Eduardo, pois se
trata de uma ramificação de fraudes no setor público de contratos de
iluminação.
As causas que
levaram Batata à prisão tem origens na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos
de Natal (Semsur), de onde, afirmaram os delatores que contribuíram para a
queda de Batata, saíram recursos que custearam a campanha do prefeito em 2016.
A queda de
Batata, portanto, colocou a campanha do ex-prefeito em alerta. A incerteza
sobre os avanços da investigação derrubou a bússola pela qual se guiava o
palanque do PDT.
Contribui para o
cenário de dúvida a perda do foro privilegiado de Carlos Eduardo Alves. Se um
desembargador teve coragem suficiente para mandar um prefeito para prisão, do
que não poderá ser capaz um juiz ao julgar atos contra um ex-mandatário que diz
ter ascendência sobre o Judiciário?
Essas são
algumas das questões que assombram a campanha do ex-prefeito.
Contra Batata, o
vereador Lobão e o assessor parlamentar Edvaldo Pessoa Farias, todos presos,
pesam provas robustas, coletadas pelo Ministério Público. A delação premiada
dos empresários Alan Emanuel e Felipe Gonçalves Castro permitiu, inclusive, a
revelação de conversas via whatsApp em que o prefeito agora afastado acertava o
recebimento de “lâmpadas”.
Era o código da
propina que Robson Araújo teria acertado antes mesmo de tomar posse no cargo de
prefeito de uma das maiores cidades do Rio Grande do Norte.
A Câmara
Municipal dará posse ao vice-prefeito Marcos do Manhoso e a uma vereadora que
substituirá Lobão, também afastado das funções.
Batata não caiu
só. O vereador Lobão, conhecido pela truculência e pelo fato de já haver
agredido um promotor de Justiça, é acusado de tentar comprar o apoio de colegas
vereadores com dinheiro e cargos na prefeitura.
Tudo isso para
tentar evitar a investigação sobre o desvio de recursos obtidos com a
iluminação pública que fatalmente levaria ao afastamento do prefeito, que tem
minoria do Poder Legislativo caicoense.
Um detalhe
importante: Lobão é expoente do MDB de Caicó, liderado pelo ex-deputado Álvaro
Dias, hoje prefeito de Natal após a renúncia de Carlos Eduardo Alves, que
deixou o cargo para ser candidato a governador. Batata e Álvaro Dias e seu MDB
não se bicavam em Caicó, mas tudo mudou há pouco.
Os vereadores
emedebistas passaram a apoiar o prefeito, que anunciou o apoio à candidatura de
Adjuto Dias, filho de Álvaro, a deputado estadual.
E para completar
a ciranda, Robson Araújo, o Batata, virou locutor na convenção que lançou a
candidatura de Carlos Eduardo a governador, sendo anunciado pelo ex-prefeito de
Natal como coordenador de sua campanha no Seridó.
As investigações
do Ministério Público na área da iluminação pública de Natal e Caicó prometem
fazer estragos ainda maiores nas duas cidades. E o que é pior: vai ser tanta
luz que prometer cegar alguns.
Fonte: Blog do BG
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