Profissionais essenciais para a educação, os professores
não poderão ficar de fora da agenda dos próximos governantes. Juntamente
com mudanças no ensino médio e a ampliação de vagas no ensino superior, a valorização dos
docentes está entre os maiores desafios do eleito em outubro.
Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), lei aprovada em
2014, o país terá que melhorar não apenas os salários, mas também a formação de
quem está todos os dias em sala de aula.
O Brasil ainda tem muitos docentes que atuam em áreas que
não foram formados. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que, na educação infantil, 53,4%
dos docentes não têm formação superior adequada. No ensino fundamental, o
percentual chega a 49,1% nos anos finais (do 6º ao 9º ano) e a 41% nos anos
iniciais (do 1º ao 5º ano). No ensino médio, 39,6% não têm formação adequada.
Pelo PNE, até 2024, todos os professores têm que ter a
formação na mesma área em que lecionam.
“A educação tem dois pilares: ensino e aprendizagem. Não
se aprende na escola se o ensino for um pilar capenga. É preciso que o ator do
ensino, que é o professor, seja bem formado”, defende a coordenadora de
Políticas Educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa
Pellanda.
Valorizar os profissionais e aumentar os salários dos
docentes também são desafios. O último relatório de monitoramento do PNE,
divulgado pelo Inep mostra que os professores de escolas públicas ganham, em
média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja,
cerca de 25% a menos. Até 2020, esse rendimento terá que ser o mesmo das demais
categorias.
“A procura por cursos superiores de licenciatura tem
diminuído porque não tem valorização desses profissionais. Não tem condições de
trabalho. Eles não têm como se focar na formação continuada”, complementa
Andressa.
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