O repórter quis saber se Bolsonaro vetaria o reajuste.
Ele respondeu afirmativamente: “Não tem outro caminho no meu entender, até pela
questão de dar exemplo. Falei antes da votação que é inoportuno, o momento não
é esse para discutir esse assunto.” Temer dispõe de um prazo 15 dias para vetar
ou sancionar o texto aprovado de surpresa pelos senadores, após permanecer no
freezer desde 2016, quando havia sido aprovado na Câmara.
A decisão do Senado foi vista como a primeira derrota legislativa de Bolsonaro, antes mesmo da posse. A
aparência de derrota se consolidou depois que o presidente eleito afirmou,
horas antes da votação, que considerava o reajuste inoportuno. Na entrevista,
Bolsonaro cuidou de se eximir de responsabilidade. Colocando-se dentro dos
sapatos de Temer, insinuou que teria tentado evitar a votação.
“…Estamos no vermelho há muito tempo. É mais uma
preocupação para o ano que vem. Eu procuraria, se fosse presidente, o
presidente do Senado para ver se esse projeto não entrava em pauta. Já que
entrou em pauta, se o governo Temer quiser, pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, ele pode vetar esse reajuste porque, afinal de contas, essa é a classe
que mais ganha no Brasil, e complica para a gente, quando fala em fazer reforma
da Previdência, tirar dos mais pobres e aceitar uma reajuste como esse. Está
nas mãos do Temer. Não sou o Temer, se fosse, você sabe qual seria minha
posição.”
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