“Tenho notado que as frentes frias estão chegando até a
região equatorial e, nessas circunstâncias, há tendências de se ter na Paraíba
e no Rio Grande do Norte chuvas na média ou até acima do normal. Eu diria que
2019 não deve ser um ano muito crítico, nada parecido com o que já passamos em
2015, 2016 e 2017, que foi o período mais seco dos últimos 20 anos”, afirma
Molion.
O meteorologista prevê ainda que 2020 seja o ano de
“salvação da lavoura”, pois embora 2018 e 2019 sejam anos chuvosos, a seca que
perdurou por mais de seis anos deixou resquícios na maior parte dos
reservatórios do estado e isso só deve voltar a se regularizar com o período
chuvoso de 2020.
Por outro lado, alguns meteorologistas se mostram mais
cautelosos e acreditam que, de modo geral, os estados do Nordeste poderão ter
chuvas abaixo da média histórica em 2019, isso porque a possibilidade da
ocorrência de um El Niño no fim de 2018 e início de 2019 chega a 70%, segundo o
Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica
Nacional), dos Estados Unidos.
O El Niño é um fenômeno causado pelo aquecimento anormal
das águas do Pacífico, seguido pelo enfraquecimento dos ventos alísios. Essas
alterações modificam o sistema climático de distribuição das chuvas e de calor
em diversas regiões do planeta.
O fenômeno, mesmo com fraca intensidade, tem potencial de
influenciar a distribuição das chuvas na chamada quadra chuvosa no Ceará, que
compreende os meses de fevereiro a maio.
“A probabilidade (de chuvas mal distribuídas e abaixo da
média) é alta, sim. Mesmo que o El Niño não venha totalmente a se concretizar,
só o fato de a gente estar com um viés mais quente no oceano Pacífico já vai
deixar as chuvas mais irregulares e este período tende a ser complicado para o
Ceará e o Nordeste”, explicou Graziella Gonçalves, meteorologista do
Climatempo.
Segundo ela, para os meses de novembro e dezembro, a
possibilidade da ocorrência de um El Niño é alta. “O fenômeno pode se iniciar
com uma cara de Modoki (com efeitos mais brandos) por conta da temperatura da costa
do Peru, que deve seguir um pouco mais baixa. Depois, a gente segue para um
fenômeno mais clássico", explica.
Fonte: Jornal de Fato
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