O Estado identificou
que 15 depósitos em espécie na conta de Queiroz ocorreram nos mesmos dias de
pagamento dos servidores da Alerj em 2016. Essas datas variaram a cada mês, por
causa da crise do Rio, que levou a atraso nos salários, mas foram mapeadas
através do cruzamento do relatório do Coaf com o cronograma de pagamentos da
assembleia fluminense. Outros 19 depósitos na conta de Queiroz ocorreram em até
três dias úteis após os funcionários receberem seus vencimentos.
Os valores depositados mensalmente também se repetem ou
são aproximados. Investigadores analisam se há padrão nas ações, em valores ou
periodicidade. O jornal Folha de S. Paulo mostrou
nesta terça-feira que logo após receber os valores, Queiroz realizou
saques em espécie em quantias aproximadas às que haviam entrado em sua conta.
A coincidência de datas ocorre logo nos primeiros depósitos feitos em 2016. Em 12 de janeiro, dia de pagamento na Alerj, por exemplo, o então assessor recebeu três depósitos em espécie, nos valores de R$ 4.400, R$ 5.566 e R$ R$1.771. Outra sequência é vista em 14 e 15 de abril, dia de pagamento na Alerj. No primeiro dia, Queiroz recebeu um depósito de R$ 7.400. No seguinte, foram feitos outros dois depósitos, de R$ 1.771 e R$ 4.300, na sua conta.
A coincidência de datas ocorre logo nos primeiros depósitos feitos em 2016. Em 12 de janeiro, dia de pagamento na Alerj, por exemplo, o então assessor recebeu três depósitos em espécie, nos valores de R$ 4.400, R$ 5.566 e R$ R$1.771. Outra sequência é vista em 14 e 15 de abril, dia de pagamento na Alerj. No primeiro dia, Queiroz recebeu um depósito de R$ 7.400. No seguinte, foram feitos outros dois depósitos, de R$ 1.771 e R$ 4.300, na sua conta.
Em maio de 2016, os funcionários da Alerj receberam no
dia 11. Nessa data, Queiroz ganhou três depósitos, novamente no valor de R$
1.771, outro de R$ 3.071 e um último de R$ 1.000. Um dia depois, em 12 de maio,
foi feito na conta outro depósito, de R$ 6.300, e no dia 16 caiu o último valor
do mês, de R$ 1.160. Os padrões se repetem em junho e em novembro. O relatório,
no entanto, não diz quem realizou os depósitos.
No relatório preliminar da operação Furna da Onça, a delegada
Xênia Ribeiro Soares chegou a citar a suposta existência de esquema de
funcionários fantasmas e auxílio alimentação que seriam repassados pelos
servidores dos gabinetes aos deputados. De acordo com a delegada, o
procedimento foi mapeado no gabinete do deputado estadual Paulo Melo, preso
pela operação, mas já foi “identificada em outros gabinetes e que se afigura
como uma prática criminosa disseminada na Alerj”.
“As informações apresentadas são de máxima gravidade e
demandam uma enérgica resposta da Justiça”, diz o texto.
Depoimento. O
ex-motorista deve depor na semana que vem no Ministério Público do Rio, que
investiga o caso. O Estado apurou
que as transações entre funcionários do Legislativo estão entre os motivos que
levaram os bancos a classificar as movimentações como atípicas e a advertir o
Coaf a seu respeito. O relatório indicou que pelo menos nove funcionários e
ex-funcionários do gabinete de Flávio fizeram operações (depósitos ou
recebimentos) na conta do ex-motorista e ex-segurança do deputado. Entre elas,
estão as filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz, e a sua mulher,
Marcia Oliveira de Aguiar.
O próprio Coaf, em seu relatório anexado à operação Furna
da Onça, que investiga corrupção no Legislativo do Rio, classificou o fluxo
financeiro como atípico. O dinheiro depositado na conta de Queiroz, às vezes,
superava o valor do salário do então assessor. Houve casos nos quais a maior
parte do que o funcionário recebeu foi parar na conta do então motorista e
segurança de Flávio Bolsonaro.
Em nota, a assessoria do senador eleito ressaltou que não
é investigado “no assunto relacionado ao ex-assessor (Fabrício) Queiroz, visto que
não praticou qualquer ilícito em sua atividade parlamentar”. O texto afirma
ainda que o deputado “segue à disposição para prestar esclarecimentos às
autoridades, se instado for” e “espera ver, dentro dos trâmites legais, a
completa resolução do caso pelas autoridades competentes o mais rápido
possível, pois é o principal interessado em que tudo se esclareça o quanto
antes.”
Fonte: O Estadão
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