Segundo a pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais, o
país teve aumento no percentual de domicílios com pessoas vivendo em níveis de
extrema pobreza, quando considerado cinco de sete cortes de rendimentos
analisados pelo instituto.
No corte de domicílios com renda per capita de um quarto
do salário mínimo (R$ 234,25), o país saiu de 12,6% dos domicílios em 2016 para
13% em 2017– alta de 0,4 ponto percentual no intervalo de um ano.
Considerando as grandes regiões para essa faixa de renda,
o Nordeste foi o que teve o maior avanço de pessoas nessa condição– eram 23,9%
em 2016 e passaram a 25%, alta de 1,1 ponto percentual.
O instituto considerou mais de um critério para
estabelecer a nota de corte da extrema pobreza. As famílias que possuem renda
de 1/4 do salário mínimo per capita integram o grupo que tem direito a
Benefício de Prestação Continuada, que garante o pagamento de um salário mínimo
às pessoas com deficiência ou com mais de 65 anos que comprovem não ter como
prover o seu sustento.
O corte de domicílios com renda per capita entre um
quarto e meio salário mínimo foi o único entre as sete possibilidades
analisadas pelo IBGE que teve queda na comparação entre 2016 e 2017– eram 18,5%
dos domicílios e passaram a 17,7% no ano passado, queda de 1,1 ponto
percentual.
Já no corte das famílias que têm renda domiciliar per
capita inferior a R$ 85 mensais, houve alta de 0,7 ponto percentual, na
comparação entre 2016 e 2017, de 4% para 4,7%. Esse é o valor de rendimento que
permite ao cidadão ser beneficiário do programa federal Bolsa Família.
Novamente, o indicador está acima da média no Nordeste, região que mais cresceu
na comparação anual, de 7,4% em 2016 para 9% em 2017.
Na segunda faixa de recebimento do Bolsa Família, com
domicílios com renda per capita de R$ 85 a R$ 170 mensais, o indicador ficou
estável em 4,1% no ano passado. Nessa comparação, o Nordeste, por exemplo, teve
ligeira alta, de 8,5% para 8,7% dos domicílios. No Sudeste, que concentra a
população mais rica do país, o crescimento de pessoas em extrema pobreza
cresceu na mesma proporção– era 1,5% em 2016 e passou a 1,8% no ano seguinte.
Na última nota de corte estabelecida pelo IBGE, o
instituto calculou o percentual de domicílios com renda per capita de US$ 5,5
por dia, considerando uma Paridade de Poder de Compra que estipula que US$ 1 é
igual a R$ 1,66. Esse recorte é o que considera a linha de extrema pobreza
estipulada pelo Banco Mundial.
Em 2017, 26,5% dos domicílios brasileiros viviam com
renda per capita de US$ 5,5 por dia. O resultado do ano passado representou
alta de 0,8 ponto percentual em relação ao apurado um ano ano antes, quando
25,7% dos domicílios brasileiros estavam nessa situação.
Segundo essa nota de corte, o país tem 15 estados com
percentual de população em extrema pobreza que supera a média nacional, sendo
os destaques mais negativos o Maranhão (54,1%) e Alagoas (48,9%), com metade de
sua população nessa condição. Na ponta oposta, Santa Catarina (8,5%) e Rio
Grande do Sul (13,5%) apresentaram os menores percentuais. Rio (19%), São Paulo
(14,9%), Minas Gerais (20,9%) e Espírito Santo (21,7%) ficaram abaixo da média
nacional.
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