O movimento prenunciado por Bolsonaro, ainda na campanha,
é um aprofundamento radical do que começou a ser visto no Governo Temer, que trouxe de volta o protagonismo dos militares após um distanciamento da
caserna da vida política a partir da redemocratização. A nova faceta não se
resume à esfera federal. Em São Paulo, por exemplo, o governador eleito João Doria (PSDB), indicou um general da reserva para a secretaria da
Segurança Pública.
Mas a influência de maior destaque dos militares,
contudo, ocorreu no Judiciário. José Antônio Dias Toffoli, o presidente do
Supremo Tribunal Federal, nomeou em setembro um oficial do Exército como seu
assessor especial. Era o general Fernando Azevedo e Silva, que foi empossado
nesta quarta como ministro da Defesa, com a presença de
Toffoli. "Agradeço a deferência do senhor presidente da Suprema
Corte, Dias Toffoli, e da PGR (Procuradora-geral da República), Raquel Dodge,
que sinalizam a disposição de atuar como catalisadores da estabilidade
institucional de que o país tanto precisa", disse Azevedo e Silva.
O substituto do novo ministro da Defesa no inusual posto
na assessoria do STF é o general Ajax Porto Pinheiro, um dos ex-comandante das
tropas de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti.
A decisão de Toffoli
teve dois objetivos: blindar-se de qualquer tentativa de interferência por
parte dos militares no Judiciário e de se cercar de profissionais que, em sua
avaliação, são preparados, têm espírito público, conhecem a máquina brasileira,
assim como a capilaridade em todo o território nacional. Conforme assessores do
ministro, ele queria ainda garantir um fio condutor de equilíbrio para que tudo
ocorresse bem na transição entre governos de centro e de centro-esquerda – que
persistiram no Brasil desde Itamar Franco (1992-1994) – para uma gestão de
direita (ou de extrema direita) de Jair Bolsonaro.
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