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Falta coordenação em políticas de oferta de água no Semiárido

Devido às mudanças climáticas em curso, o Semiárido brasileiro (SAB), com histórico de fome, sede e desnutrição, está caminhando para a desertificação. Nas áreas mais afetadas predominam solos rasos, cristalinos, com pouca água, salobra e salgada. Nesses municípios, a alternativa para o acesso à água não vem do céu, nem da rede de distribuição, mas do chafariz, de bicas, minas, carros-pipa ou cisternas.

Esse foi o cenário de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) destinada a acompanhar obras para oferta de água a mais de 14 milhões de habitantes do SAB, que se estende pelos nove Estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais.

Para isso, foram examinadas as políticas de recursos hídricos, que cuida da disponibilidade de água, e de saneamento básico, ligada à universalização do abastecimento. Assim, foram identificados os reflexos nas ações previstas no Plano Plurianual (PPA) de 2012 a 2015. Segundo o relator do processo, ministro Bruno Dantas, “todo o quadro revela oportunidades de aprimoramento em diversas vertentes das políticas públicas em análise”.

Sobre a coordenação e a coerência entre as políticas, verificou-se um descolamento entre os planos setoriais, considerados intempestivos em relação ao PPA. Também há falta de encadeamento lógico entre os diversos planos existentes. “Não há, no Plano Nacional de Recursos Hídricos, qualquer menção a obras, projetos ou ações estruturais a serem realizadas para minimizar os efeitos da seca no Semiárido”, aponta o relator.

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