Tamanha é a força dos militares na gestão de Jair
Bolsonaro que alguns dos assessores dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e
da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitem reservadamente a possibilidade de que os
integrantes das forças armadas ficarão de fora da reforma.
"Se a movimentação fosse apenas de bastidor,
poderíamos tentar convencer o presidente da necessidade de mudar as regras que
levam os militares a reserva. Mas o lobby é explicito e o fato de o presidente
não se manifestar é uma preocupação maior", disse um assessor de
Guedes.
Silêncio de Bolsonaro causa desconforto entre técnicos.
Um assessor de Lorenzoni afirmou que o silêncio do
presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto traz ainda mais desconforto entre os
técnicos do governo.
"Bolsonaro deixou claro durante a campanha que não
era favorável às mudanças nas normas para a passagem dos militares para a
reserva. Mas ainda não se manifestou depois que assumiu o cargo. Esse silêncio
é o maior problema e indica que os militares podem ficar de fora da
reforma", declarou.
Parlamentares civis do PSL e integrantes da Secretaria de
Governo também estão preocupados com os ruídos. Caso os militares fiquem de
fora da reforma, alguns deles avaliam que o governo pode perder parte do apoio
popular que elegeu Bolsonaro.
"Bolsonaro não foi eleito apenas por militares e
seus familiares. O voto em Bolsonaro foi um recado para acabar com privilégios
e benefícios, inclusive de integrantes das Forças Armadas", disse um
parlamentar do PSL.
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