Em valores corrigidos pela inflação, a última vez em que
o litro da gasolina foi vendido nas refinarias da estatal por menos de R$ 1,50
foi em meados de setembro de 2017. Depois, os preços dispararam,
acompanhando a escalada das cotações internacionais do petróleo até atingirem,
um ano depois, o recorde de R$ 2,2676 por litro, também corrigidos pela
inflação.
Desde então, a queda acumulada no preço é de 35,3%,
reflexo do recuo das cotações internacionais e do recuo da taxa de câmbio
durante o processo eleitoral.
Durante o pico de setembro, a Petrobras anunciou ainda
uma mudança em sua política de preços, permitindo que a área técnica segurasse
reajustes da gasolina por até 15 dias. Segundo a empresa, as perdas seriam
compensadas pelo uso de instrumentos financeiros de proteção conhecidos como
hedge.
A política de preços alinhados ao mercado internacional
foi implantada em agosto de 2016 e revisada pela primeira vez em julho de 2017,
com a liberação de ajustes diários para enfrentar a concorrência com
importações de combustíveis.
Passou a ser questionada pelos consumidores e pelo
próprio governo Temer a partir do início de 2018, diante da escalada de preços.
Em maio, foi usada pelos caminhoneiros como justificativa para a greve que
parou o Brasil por duas semanas.
A queda recente acompanha uma redução abrupta na cotação
internacional do petróleo a partir de outubro de 2018: logo após o Natal, o
petróleo Brent, negociado em Londres, ficou abaixo de US$ 50 por barril pela primeira
vez em um ano e meio. Nesta quinta, está sendo negociado em torno de US$ 55 por
barril.
CONSUMIDOR
Nas bombas, também houve queda no preço da gasolina após
o recorde de setembro, mas em ritmo ainda menor do que a das refinarias: apenas
6,62%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis).
Os dados da agência indicam que parte do ganho ficou com
os postos: a margem de revenda subiu de R$ 0,429 por litro, corrigidos pela
inflação, para R$ 0,485 por litro na última semana de dezembro. A parcela
referente a impostos estaduais também é maior.
O preço do diesel nas refinarias da Petrobras permanece
estável pelo terceiro dia consecutivo após o fim do programa de subvenção
federal, que terminou no dia 31 de dezembro. Também para este combustível, a
estatal adotou a política de segurar reajustes -mas neste caso, o período
máximo é de sete dias.
Fonte: Folha Uol.
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