Esse, porém, é apenas um entre os vários ineditismos que
caracterizam o novo Parlamento, o mais fragmentado da história. Nunca tantos
partidos conquistaram cadeiras na Câmara (30) e no Senado (21). Embalado pela
popularidade do presidente eleito Jair Bolsonaro, o inexpressivo PSL virou a
segunda maior força da Câmara. Sua ascensão marca, na avaliação de vários
críticos e analistas políticos, a estreia da extrema direita no Congresso
brasileiro.
Por outro lado, pela primeira vez também terão
representação no Legislativo federal uma mulher indígena, a deputada Joênia
Wapichana (Rede-RR), um deficiente visual, Felipe Rigoni (PSB-ES), e um
senador homossexual assumido, Flávio Contarato (Rede-ES). A representação
feminina alcançou o recorde de 77 eleitas na Câmara. Entre elas, a primeira
deputada federal a receber mais de 1 milhão de votos, a jornalista Joice Hasselmenn (PSL-SP).
Novidade também será a presença de dois generais entre os
deputados – Girão (PSL-RN) e Peternelli (SP)
–, algo que não ocorria desde a redemocratização do país. Os dois integrarão a
chamada bancada da bala, que prega o armamento e o endurecimento das leis
penais e ocupará aproximadamente 100 assentos, três vezes mais que na legislatura
anterior.
Bancadas setoriais
Juntas, as bancadas da bala, ruralista e evangélica
reúnem pelo menos 267 deputados e 47 senadores – alguns fazem parte das três,
segundo levantamento preliminar da Revista Congresso em Foco. Conhecidas por
atuarem em conjunto em várias pautas, viraram a aposta de um novo
relacionamento entre o Executivo e o Parlamento.
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