Se a previsão for confirmada, deverá chover mais este ano do que no ano
passado. Em 2018, choveu no RN apenas 7% abaixo da média esperada, o que
indicou que o Estado se recupera de seis anos de seca severa (chuvas bem abaixo
da média).
A conclusão dos meteorologistas se deu após análise dos campos
atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em superfície e em altitude,
pressão ao nível do mar e temperatura da superfície do mar, entre outros
fatores) e de relatórios de vários institutos de meteorologia do Brasil, como
Inmet, Funceme e o próprio CPTEC/Inpe.
Em todo o Rio Grande do Norte, a média de chuva prevista para o trimestre
é 433 mm acumulados. A região mais chuvosa deve ser a Leste, onde está a
capital, Natal. A média esperada nessa área é de 533,8 mm. No Agreste, deve
chover abaixo da média: 343,2 mm acumulados.
De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária
do RN (Emparn), o Fenômeno El Niño segue atuando no Oceano Pacífico Equatorial
com intensidade fraca, mas ocupando uma grande área na superfície. “A
permanência dessa condição vem ocorrendo de acordo com os resultados dos
modelos de previsão de anomalia de TSM, e projetam que essa condição
permanecerá nos próximos meses”, afirmou Bistrot, que participou da reunião
climática.
Os meteorologistas também observaram que o Oceano Atlântico Sul deve se
manter mais aquecido que a parte norte. Essa condição termodinâmica no
comportamento do Atlântico é necessária para que ocorra o deslocamento e a
manutenção da Zona de Convergência Intertropical, principal causador das chuvas
no Norte e no Nordeste do País entre fevereiro e maio.
Em janeiro, a reunião climática – que aconteceu em Fortaleza (CE) –
concluiu que choveria acima da média entre fevereiro e abril. E, segundo a
Emparn, vem chovendo bem desde então. Até esta sexta-feira, 22, já são 105
municípios potiguares com volume acumulado de chuvas de normal a acima do
normal, o que para os meteorologistas já caracteriza o início do período
chuvoso no sertão potiguar.
Participaram da elaboração desse prognóstico para o período chuvoso no
semiárido nordestino representantes da Emparn e da Agência Pernambucana de
Águas e Clima (Apac); da Agência Executiva de Águas do Estado da Paraíba
(Aesa); do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema); do
CPTEC/Inpe; e da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa).
0 comentários:
Postar um comentário