O discurso de Fátima começou concentrado nela, falando da
sua história política, reiterando a “origem humilde e falando em “mudança”.
Foram vários minutos gastos para falar de si mesma.
Só que, ao mesmo tempo, ela adotou o velho e conhecido
discurso retrovisor: culpando a gestão passada por erros, falando em heranças e
não olhando para o futuro. A situação financeira do Estado já era conhecida
desde a campanha, mas ela optou por reforçar esse ponto a dizer o que realmente
iria fazer e, principalmente, como.
Parecia mais um discruso de campanha. Mais do mesmo. O
único destaque para o futuro que ela falou foram exatamente as medidas que já
tinham sido anunciadas. Nada de novo. Apenas repetiu: pacote de recuperação
fiscal, decreto de calamidade, antecipação dos royalties e revisão do Proadi
(Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial). Não teve anúncio algum e nem
disse como vai fazer. O discurso ficou todo no passado. Deu a entender,
inclusive, de que ela ficará aguardando com otimismo o futuro para resolver o
problema econômico do Estado.
Não disse quando vai pagar os salários dos servidores
estaduais, não deu uma solução para os fornecedores que também estão sem
receber, não deu explicações sobre ter aproximadamente R$ 400 milhões em caixa
mesmo com toda essa dívida. Não detalhou nada, nem trouxe números. Do que se esperava
de novo, ficou faltando.
Ela até voltou a falar no programa de governo, o mesmo
que foi copiado do Piauí, que tem uma realidade diferente do Rio Grande do
Norte, mas se restringiu a dizer que iria ser um “livro de cabeceira” dos
sercretários e “instrumento de monitoramento”. Falou muito em “governar para
todos” de forma superficial. Pareceu mais um discurso de campanha, do que um
discurso de uma gestão que se inicia.
O discurso de Fátima Bezerra mostrou que se inicia um
novo governo com velhas práticas.
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